Dilma diz que governo vai bancar redução da conta de luz e critica adversários
A presidente Dilma Rousseff disse que o "Tesouro do governo nacional" vai "bancar" a redução da conta de luz mesmo sem o apoio de todas as empresas elétricas ao plano. Dilma fez a declaração durante lançamento de programa de modernização dos portos e mais uma vez criticou as empresas que não aceitaram a mudança na renovação de concessões.
Ela não citou diretamente, mas empresas que rejeitaram a proposta são controladas por governos do PSDB, de oposição ao governo do PT.
"O que estamos fazendo é reduzir a conta da luz. No caso das empresas de maior uso intensivo [a redução] chega a 28%. No caso das famílias, chegaria a 16%. Tivemos não colaboradores nessa missão. Não colaboração deixa no seu rastro uma falta de recursos. Essa falta de recursos vai ser bancada pelo Tesouro do governo nacional. Agora, a responsabilidade é de quem não colaborou", disse Dilma.
O principal obstáculo ao plano do governo federal para baixar a conta de luz veio das estatais estaduais Cesp, Cemig e Copel, de São Paulo, Minas Gerais e Paraná --Estados administrados pelo PSDB, principal partido da oposição ao governo federal.
As três optaram por não prorrogar os contratos de suas hidrelétricas nos moldes propostos pela União --com redução em torno de 70% da tarifa--, o que dificulta a meta de reduzir a conta de luz em 20% em média (considerando todas as empresas e os domicílios).
O que as concessões das elétricas têm a ver com a conta de luz mais barata?
Na véspera do feriado de 7 de setembro, a presidente Dilma Rousseff anunciou que a conta de luz ficaria mais barata para consumidores e empresas a partir de 2013. A medida era uma reivindicação antiga da indústria brasileira para tornar-se mais competitiva em meio à crise global.
Para conseguir baixar a conta de luz, o governo precisou "mudar as regras do jogo" com as companhias concessionárias de energia, e antecipou a renovação dos contratos que venceriam entre 2015 e 2017. Em troca de investimentos feitos que ainda não tiveram tempo de ser “compensados”, ofereceu uma indenização a elas.
Algumas empresas do setor elétrico ofereceram resistência ao acordo, alegando que perderiam muito dinheiro.
Desde o anúncio de Dilma, as ações de empresas ligadas ao setor passaram a operar em baixa na Bolsa de Valores, e algumas chegam a acumular queda de mais de 40% em dois meses. Com isso, o setor elétrico, que era historicamente atrativo por ter resultados e dividendos estáveis ou crescentes mesmo em crises econômicas, passou a ser alvo de desconfiança de investidores desde então no mercado acionário brasileiro.
(Com informações de Agência Brasil e Reuters)
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