Bijuterias de semente e casca da Amazônia e do cerrado chegam à Europa
Sementes e cascas típicas da Amazônia e do cerrado são a matéria-prima usada pela artesã Leila Beatriz Reis, 46, na produção de bijuterias (que ela chama de biojoias) da Jubiart. A empresa fica em Tocantinópolis (TO), uma região com vegetações características dos dois biomas (áreas naturais), na chamada zona de transição. Algumas peças já foram vendidas até para países europeus, como Espanha, Holanda e Portugal.
A artesã Leila Beatriz Reis faz biojoias com sementes e cascas típicas da Amazônia e do Cerrado
Reis foi a vencedora da etapa tocantinense do Prêmio Mulher de Negócios, na categoria Empreendedora Individual. Ela é uma das finalistas da premiação nacional, que será realizada pelo Sebrae nesta quinta-feira (7), em Brasília (DF).
Nas mãos da artesã, o babaçu, o buriti (espécies de cocos do cerrado) e as sementes de açaí e olho-de-boi (típicas da Amazônia) viram colares, pulseiras, brincos e anéis. O preço varia de R$ 20 a R$ 60.
Antes de se mudar para Tocantinópolis, há 19 anos, Reis morava no Pará e ganhava dinheiro fazendo bijuterias. No novo Estado, a empreendedora teve dificuldade para encontrar material e continuar confeccionando bijuterias.
Foi aí que ela olhou em volta e viu que poderia trabalhar com a riqueza natural da região. “Percebi a beleza das sementes e das cascas e comecei a produzir biojoias informalmente em casa”, diz. A formalização como empreendedora individual veio apenas em 2010.
Produtora diz que coleta matéria-prima dentro das regras
A artesã coleta a matéria-prima na própria natureza. No entanto, ela é obrigada a respeitar os períodos e as quantidades permitidas para retirada, estabelecidos pelo Ibama e pelo Naturatins (instituição para preservação dos recursos naturais do Estado).
Brincos feitos a partir do côco babaçu, da empresa Jubiart
Nos períodos de férias --julho, dezembro e janeiro--, Reis afirma que as vendas chegam a dobrar por conta do número de turistas que visitam a região.
Nos demais períodos, a empreendedora aproveita para pesquisar tendências, abastecer o estoque de peças e investir mais tempo nas vendas pela internet.
“O artesanato não é local, é vendido para quem é de fora. O turista antenado não quer comprar só estética, quer comprar histórias também”, declara.
Por mês, são produzidas cerca de 300 peças, e o faturamento varia entre R$ 2.500 e R$ 3.000.
Negócio tomou quase metade da casa
A artesã continua confeccionando as biojoias na própria casa. No entanto, a loja e o ateliê já ocupam quase metade do imóvel.
De acordo com a empreendedora, o crescimento se deve à divulgação dos produtos em feiras de artesanato e ao Empretec, metodologia de negócios desenvolvida pelas Nações Unidas e aplicada no Brasil pelo Sebrae.
A partir do curso, Reis formalizou o negócio, montou um plano de negócios e profissionalizou a operação. “Vi os pontos fortes e fracos da empresa e que sem planejamento não iria a lugar nenhum”, diz.
Em meio ao trabalho, Reis ainda ministra oficinas de artesanato em escolas públicas e ONGs (organizações não governamentais). Algumas delas são gratuitas e outras, pagas.
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