Reciclagem de resíduos vira negócio para micros e pequenas empresas
Ajudar grandes empresas e até municípios na gestão de resíduos é uma oportunidade de negócios para as micros e pequenas empresas, segundo especialistas.
A consultora do Sebrae-SP (Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas de São Paulo) Dòrli Terezinha Martins diz que há muitas áreas que podem ser exploradas, principalmente no setor industrial, transformando resíduos de uma atividade em matéria-prima para outra atividade industrial.
Ela cita como exemplos a reciclagem de resíduos da construção civil para produção de blocos de concreto para vedação, pavimentação de ruas, contenção de encostas, bancos e mesas de praças e tampas para bueiros; e a reciclagem de pneus que viram solas de sapato, tapetes para automóveis, pisos industriais e até asfalto.
O engenheiro eletrônico Rodolfo Ferraz, 42, por exemplo, fez uma análise detalhada de mercado e viu que poucas empresas atuavam na área de descarte e destinação correta dos componentes de lâmpadas. Com isso, transformou o seu TCC (trabalho de conclusão de curso) sobre o tema em um negócio que hoje fatura R$ 60 mil por mês.
No entanto, para algumas dessas atividades, o investimento em equipamentos é elevado, pois são máquinas de alta tecnologia. Com um bom plano de negócio, é possível calcular o capital necessário e, se for o caso, conseguir financiamento.
“Como em todo negócio, o empreendedor deve ter conhecimento técnico específico, fazer um plano de negócios que contemple o investimento inicial, o prazo de retorno desse investimento, a estrutura que será necessária, como mão de obra e equipamentos", diz.
Também é importante observar, segundo a consultora, quais as exigências do mercado em que quer atuar, como certificações e licenças, e conhecer seu cliente.
Um curso de gestão ambiental ajuda a preparar o empreendedor com interesse na área, pois aborda os resíduos que existem, sua durabilidade, características e especificidades. Algumas universidade e instituições que atuam no ramo da reciclagem oferecem cursos especializados na área.
Cadeia de gestão de resíduos é grande
Maurício Mirra, consultor de projetos em sustentabilidade da Machado Design e Consultoria, diz que este é um segmento novo e, embora ainda não existam dados consistentes de mercado, a gestão de resíduos tende a crescer. Segundo ele, as micros e pequenas empresas têm vantagem diante das grandes.
“As inovações na área de reciclagem e gestão ambiental exigem agilidade, o que dá vantagem às pequenas empresas, que são mais flexíveis”, afirma.
Mirra diz que, com a instituição da Lei nº 12.305/2010, que estabelece a criação PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos), as empresas e os municípios precisam cumprir metas claras para reduzir a geração e a quantidade de resíduos que vai para os aterros.
Com isso, as grandes companhias estão contratando empresas especializadas para coletar e descartar corretamente cada componente que seria transformado em lixo comum.
“São necessárias empresas para recolher, processar e devolver os materiais para o processo produtivo como matéria-prima. Um empreendedor que tenha conhecimento específico e saiba dialogar com a cadeia, com cooperativas de catadores, prefeituras e outras empresas, tem chances de sucesso.”
Segundo o consultor, a logística reversa de eletroeletrônicos –incluir no processo produtivo um item que foi descartado, dando uma finalidade nova para cada um de seus componentes– é um nicho ainda pouco explorado, que deverá se desenvolver no futuro.
“Há uma substituição da tecnologia de computadores, celulares e outros eletrônicos a cada ano e poucos fabricantes têm estrutura para trazer de volta ao processo o que ficou obsoleto”, declara.
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