Festeiros transformam hobby em negócio que fatura quase R$ 10 mi por ano
Ao promover as festas do centro acadêmico, quando cursavam a universidade, os empresários Fábio Barboni, 28, e Fernando Plapler, 30, fundadores do Grupo Top, não imaginavam que o hobby seria transformado em profissão.
Dos pequenos churrascos para estudantes nos centros acadêmicos, passaram a organizar grandes eventos no Centro de Convenções do Anhembi. O negócio, que começou com um investimento de R$ 10 mil de cada um, hoje fatura R$ 10 milhões por ano.
A empresa atua no Estado de São Paulo e organiza festas universitárias, como “cervejadas”, bailes à fantasia e formaturas, e ajuda grandes empresas a fazerem ações de marketing e relacionamento com os estudantes.
A parceira com centros acadêmicos de 23 universidades paulistas, como FGV (Fundação Getulio Vargas), USP (Universidade de São Paulo), Universidade Presbiteriana Mackenzie, Faap (Fundação Armando Álvares Penteado), PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), Faculdade de Medicina do ABC, Uninove, e Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), rendeu R$ 9,5 milhões ao negócio em 2012.
Tudo começou quando os jovens empreendedores ainda estavam na faculdade. Barboni era estudante do curso de direito e se destacava pela realização de churrascos para integração dos alunos. Assim, ele ganhou popularidade e passou a fazer parte do centro acadêmico.
Já como representante estudantil, ele conheceu Plaper, que era estagiário em uma empresa de organização de eventos e estudante de administração da Faap.
A relação comercial entre os dois evoluiu para a amizade e os objetivos em comum os levaram a montar uma sociedade. Com R$ 10 mil de cada um e já formados, eles aproveitaram os contatos que já tinham dentro das universidades e tiraram a empresa do papel em 2009.
“Aos poucos, fomos profissionalizando os eventos. Queríamos estabelecer o conceito de festa-show, por isso, passamos a trazer grandes artistas, como Jorge Ben Jor e Seu Jorge, e a utilizar grandes locais, como o Anhembi e o Espaço das Américas”, diz Plapler.
A empresa é contratada pelos centros acadêmicos e atléticas das universidades para produzir festas tradicionais nas faculdades. No currículo, a Top tem a edição 2009 da ESPM In Gala, em que os alunos da ESPM vão com traje social completo, a MackBixos, do Mackenzie, e a festa Jaca, da Atlética da FGV.
A Top também cria projetos próprios e os oferecem aos clientes universitários. Um exemplo é a festa Integra, que tem o objetivo de reunir os centros acadêmicos de vários cursos de uma mesma universidade.
Grandes empresas e alunos motivaram novos negócios
O sucesso das festas, segundo Plapler, fez com que a empresa fosse chamada também para a produção de formaturas e passasse a ser procurada por grandes empresas interessadas em ações de marketing para os estudantes.
Para aproveitar as novas oportunidades de negócio sem perder o foco em cada uma delas, os empreendedores dividiram a empresa de acordo com a área de atuação.
A Top Entretenimento produz festas de faculdade, a Top Formaturas realiza formaturas, a Top Eventos Sociais organiza casamentos e festas de debutantes, e a Agência Top faz ações de marketing para marcas como cerveja Devassa e cigarro Lucky Strike.
“Os universitários são ávidos por novas experiências. É um público que não é fiel, mas que sabe reconhecer um bom trabalho. Por isso procuramos inovar no local dos eventos, atrações e bebidas, por exemplo”, afirma Plapler.
Universitários são grandes consumidores potenciais
Segundo Adriano Gomes, consultor de negócio e professor do curso de administração da ESPM, ter estudantes como clientes não significa que a empresa pode ser amadora.
“Em qualquer segmento, uma empresa tem de respeitar seus clientes, atender às necessidades do seu público, cumprir contratos e trabalhar com profissionalismo”, diz.
Ele diz que segmentar a empresa por área de atuação, como fez o Grupo Top, é uma maneira de não perder o foco. “Uma empresa tem de tentar identificar novas oportunidades de negócio o tempo inteiro, mas se ela coloca tudo na mesma estrutura, corre o risco de se perder no caminho.”
De acordo com o último Censo da Educação Superior, divulgado em 2012, o Brasil possui 6,7 milhões de universitários. Para André Bronstein, diretor-comercial da empresa Mídia em Foco, empresa de ações promocionais, esse é um público interessante tanto para pequenas quanto para grandes empresas.
“Essas pessoas estão começando profissionalmente e tem muito a evoluir financeiramente. É mais fácil fidelizá-las nessa época do que depois”, declara.
Ele diz que, apesar de não serem independentes financeiramente, os universitários possuem grande potencial de consumo. “Mesmo entre as faculdades, há classificação para públicos A e B, em que o estudante não tem dinheiro, mas a família, sim.
Na classe C e D, o potencial de consumo também é grande, já que esse aluno pode aumentar sua renda enquanto cresce na carreira”, afirma.
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