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Comissão do Senado vai ouvir chefe do BNDES sobre Eike; data só sai em agosto

Do UOL, em São Paulo

17/07/2013 18h17

O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, será convidado pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado para discutir os empréstimos do banco às empresas de Eike Batista. A data da "visita" só será definida em agosto, quando os senadores voltam do recesso parlamentar.

O requerimento para ouvir o chefe do BNDES foi aprovado pela Comissão do Senado na noite desta terça-feira (16).

Eike Batista em tempos de crise

O pedido foi apresentado pela senadora Ana Amélia, do PP do Rio Grande do Sul e por Aloysio Nunes Ferreira, do PSDB de São Paulo e tem como base a reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo" da última segunda-feira, que afirmou que o banco de fomento teria adiado prazos de cobrança e alterado exigências em contratos com as empresas do bilionário.

O BNDES rebateu, em comunicado, que tenha concedido vantagens ou tratamento privilegiado nas concessões de financiamento ao grupo de Eike. Segundo o banco, o tratamento dispensado ao grupo EBX "é rigorosamente igual ao dado a qualquer empresa tomadora de crédito no BNDES".

No início do mês, o banco de fomento informou que o valor total dos empréstimos contratados com o grupo EBX soma R$ 10,4 bilhões. Do volume total contratado, nem tudo foi liberado, já que os desembolsos ocorrem ao longo do período de execução dos empreendimentos.

As empresas do bilionário enfrentam uma séria crise de confiança no mercado e grandes perdas na Bolsa de Valores. Os papéis da petrolífera OGX, por exemplo, já valem menos que um pão francês.

Oposição ao governo fala em convocar 'CPI do BNDES'

Após a reportagem, membros da oposição ao governo disseram que pretendem começar a colher assinaturas para instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o banco e avançar com um projeto de lei que altera a lei que trata de sigilo bancário. A ideia é que bancos de fomento não sejam submetidos a ela e devam divulgar informações sobre suas operações.

"É um banco público, usando recursos do Tesouro sem qualquer critério para desenvolver cadeias produtivas ou gerar muitos empregos e sem nenhuma transparência", disse um dos autores da ideia, Cesar Colnago (PSDB-ES).

Mais rico do mundo

Em maio de 2011, com uma fortuna estimada em US$ 30 bilhões, o brasileiro disse que se tornaria o mais rico do mundo até 2015 -mas o sonho tem ficado cada vez mais distante.

De lá para cá, suas empresas deixaram de cumprir cronogramas e de atingir metas, as ações das empresas do grupo EBX vêm perdendo valor na Bolsa e, consequentemente, a fortuna de Eike vem encolhendo.

(Com Valor)