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Dilma diz que país precisa evitar a 'maldição do petróleo'

Do UOL, em São Paulo

16/09/2013 11h44Atualizada em 16/09/2013 17h06

A presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta segunda-feira (16), que é importante que as empresas privadas cresçam junto com a produção de óleo e gás no país para evitar que o país sofra da chamada "maldição do petróleo", quando uma nação é rica em recursos, mas o povo é pobre.

Dilma falou em Porto Alegre, na cerimônia de assinatura de contrato para construção das plataformas P-75 e P-77. Segundo ela, o Brasil terá uma demanda constante por plataformas, sondas e navios para a indústria do petróleo, que deve ser "ancorada nas nossas empresas" para garantir a geração de empregos dentro do país.

"É essencial para o Brasil uma indústria de fornecedores. É essencial para o Brasil que as empresas privadas cresçam junto com o crescimento da produção de óleo e gás", afirmou a presidente em discurso no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho.

"Nós não somos e não podemos ser um país que produza só o óleo bruto e que exporta empregos, exporta demanda para o mercado internacional", acrescentou.

A cerimônia de assinatura dos contratos para construção das plataformas P-75 e P-77 seria realizada no Estaleiro Rio Grande, no sul do Estado, mas foi transferida para Porto Alegre porque o mau tempo impedia o pouso na cidade.

O evento também marcou a conclusão das obras da plataforma semissubmersível P-55, que entrará em operação em dezembro deste ano no campo de Roncador, na bacia de Campos, de acordo com a Petrobras.

Novas plataformas serão instaladas no pré-sal

A P-75 e a P-77 serão instaladas no pré-sal da Bacia de Santos, respectivamente em Franco SW e Franco NW, na área cedida à Petrobras por meio do contrato de cessão onerosa, segundo a empresa.

Em seu discurso, Dilma afirmou que o estágio avançado da indústria e a capacidade de fornecimento são fundamentais para o Brasil após a descoberta das reservas de petróleo do pré-sal, cujo primeiro leilão sob o sistema de partilha está previsto para dia 21 de outubro.

"Estamos numa situação muito especial, porque somos um país que chega a esse descobrimento de petróleo com um estágio já avançado de sua indústria e com uma capacidade de fornecimento que permite também que nos afastemos da chamada doença holandesa, que se caracteriza pelo fato de uma entrada de recursos e portanto um processo de valorização acelerado da moeda local, o que leva à destruição da indústria, como aconteceu na Holanda em duas circunstâncias."

Gasolina deve ficar mais cara

O aumento no preço da gasolina deve ser concedido pelo governo federal até 21 de outubro, segundo reportagem de "O Estado de S. Paulo) desta segunda-feira (16), afirmando que parte importante da equipe econômica é favorável de que o reajuste seja de cerca de 8% nas refinarias.

Com o crescimento acelerado da demanda por gasolina no Brasil nos últimos anos devido à expansão da frota de automóveis, a Petrobras passou de exportadora a importadora de gasolina. E as importações de petróleo também cresceram, para alimentar as refinarias que têm produzido em níveis cada vez mais elevados, perto de 100 por cento de utilização da capacidade instalada.

Especulações sobre reajustes nos preços dos combustíveis têm surgido na imprensa nas últimas semanas diante da valorização do dólar contra o real que agrava a situação financeira da estatal. No final de agosto, o governo negou que a presidente tenha discutido reajuste nos preços da gasolina e do diesel.

(Com Reuters)