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Desemprego sobe pela 1ª vez desde 2009, mas renda também aumenta, diz IBGE

Sílvio Guedes Crespo

Do UOL, em São Paulo

18/09/2014 10h00Atualizada em 26/09/2014 13h31

A taxa de desemprego teve, em 2013, o seu primeiro aumento desde 2009, de acordo com a Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Por outro lado, a renda do trabalhador também subiu.

Do total da população ativa, 6,5% estavam desempregados no ano passado, segundo a versão mais recente da Pnad, que é anual e foi divulgada nesta quinta-feira (18). Em 2012, a taxa era de 6,1%.

Em setembro de 2008, a quebra do banco americano Lehman Brothers desencadeou uma crise financeira internacional, atingindo o mercado de trabalho de diversos países –em alguns casos, com mais intensidade, em outros, com menos. No Brasil, a taxa de desocupação passou de 7,1% em 2008 para 8,3% em 2009, segundo a Pnad.

Apesar de ter aumentado de 2012 para 2013, a desocupação continua sendo a segunda menor desde 2004, quando se iniciou esta série de dados da Pnad.

Ainda que a desocupação tenha aumentado, o rendimento médio das pessoas ocupadas obtido com o trabalho continuou subindo acima da inflação, de acordo com o IBGE. Em 2012, o valor era de R$ 1.590 (em valores atuais). Em 2013, atingiu R$ 1.651, o que representa uma alta real de 3,8% (já descontada a inflação).

De acordo com a série sobre rendimento, que se inicia em 2001, os ganhos da população caíram de 2002 a 2004; depois, passaram a subir continuamente.

Em 2004, a população ocupada ganhava, em média, o equivalente a R$ 1.162, a preços de hoje. Desde então, a alta acumulada é de 42,1% acima da inflação.

Resultados são diferentes da pesquisa mensal de desemprego

Os números sobre desemprego e rendimento da Pnad, que são divulgados anualmente, diferem daqueles apresentados pela PME (Pesquisa Mensal de Emprego), também do IBGE, por causa de diferenças metodológicas.

Enquanto a PME abrange apenas seis regiões metropolitanas, a Pnad alcança os 26 Estados mais o Distrito Federal.

Outra diferença metodológica está no fato de que a PME considera como população em idade ativa todas as pessoas com dez anos ou mais de idade. Já a Pnad inclui apenas os que têm 15 anos ou mais.

A Pnad usa sempre o mês de setembro como referência para os seus dados. A taxa de desocupação e o rendimento citados acima correspondem, portanto, ao que foi auferido em setembro de cada ano.

Por causa de diferenças com essas, a PME não captou o aumento da taxa de desocupação após a crise. De acordo com essa pesquisa, o desemprego estava em 5,4% em setembro de 2013, mesmo número registrado em igual mês de 2012.

Intervalo de confiança

Por ser uma pesquisa por amostra, as variáveis divulgadas pela Pnad estão dentro de um intervalo numérico, que é o chamado "erro amostral". Segundo o IBGE, não há uma margem de erro específica para toda a amostra. Para a Pnad 2013, foram ouvidas 362.555 pessoas em 148.697 domicílios pelo país.

IBGE corrigiu dados

Um dia após divulgar os dados da da Pnad-2013 (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou ter errado nos resultados. Esta nota foi atualizada com as correções.