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Juros cobrados do consumidor voltam a subir em outubro

Do UOL, em São Paulo

10/11/2014 12h17

Depois de registrarem queda em setembro, os juros cobrados dos consumidores voltaram a subir em outubro, mostra pesquisa da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac).

Segundo a pesquisa, a taxa média de juros cobrados da pessoa física passou de 6,06% ao mês (102,59% ao ano) em setembro para 6,08% ao mês (103,05% ao ano) em outubro. Das seis linhas de crédito pesquisadas, cinco tiveram suas taxas de juros elevadas.

Os juros do cheque especial passaram de 8,48% para 8,5% ao mês (de 165,58% para 166,17% ao ano).

As taxas do empréstimo pessoal concedido por financeiras saíram de 7,26% para 7,28% mensais (de 131,87% para 132,39% anuais), e as do empréstimo oferecido por bancos, que eram de 3,44% ao mês, chegaram a 3,47% mensais (saíram de 50,06% para 50,58% anuais).

A pesquisa da Anefac mostra que houve alta, ainda, nos juros cobrados no comércio (de 4,63% para 4,65% ao mês, ou de 72,14% para 72,53% ao ano) e nas linhas de Crédito Direto ao Consumidor para compra de automóveis (de 1,79% para 1,8% ao mês, ou de 23,73% para 23,87% ao ano).

Taxa do rotativo permanece a mesma

Os juros cobrados no rotativo do cartão de crédito foram os únicos, entre as seis taxas da pessoa física pesquisadas, que não registraram alta. Eles permaneceram em 10,78% ao mês.

Apesar da estabilidade, essas taxas são as mais altas entre aquelas cobradas nas linhas de crédito pesquisadas pela Anefac, chegando a 241,61% ao ano.

O rotativo é o crédito acessado pelo consumidor quando ele deixa de pagar uma parte ou o total da fatura do cartão de crédito.

Juros cobrados das empresas subiram

A pesquisa da Anefac mostra que os juros cobrados das empresas também subiram em outubro. Na média, as taxas passaram de 3,43% ao mês (49,89% ao ano) em setembro para 3,44% ao mês (50,06% ao ano) em outubro.

A Anefac pesquisa três linhas de crédito voltadas para pessoas jurídicas. Dessas, uma foi elevada: capital de giro (de 1,88% para 1,93% ao mês, ou de 25,05% para 25,78% ao ano).

As outras duas taxas pesquisadas caíram: conta garantida (passando de 5,89% para 5,87 ao mês, ou de 98,73% para 98,28% ao ano) e desconto de duplicata (de 2,55% para 2,52% mensais, ou de 35,28% para 34,80% anuais).

Taxas devem continuar sendo elevadas

Miguel Ribeiro de Oliveira, coordenador da pesquisa e diretor-executivo da Anefac, afirma que a alta da Selic na última reunião do Banco Central (de 11% para 11,25% ao ano) ainda não se refletiu no estudo deste mês. O impacto, segundo ele, deve ser percebido na próxima pesquisa.

Para ele, a tendência é que os juros cobrados de consumidores e empresas voltem a subir nos próximos meses.