Grécia perde prazo e adia entrega de plano de reformas para terça-feira
A Grécia informou que vai adiar o prazo de entrega de uma primeira lista de reformas que pretende adotar. O documento será apresentado aos ministros das Finanças da zona do euro.
A entrega estava marcada para esta segunda-feira (23), e o porta-voz do governo, Gabriel Sakellarides, chegou a afirmar à imprensa local que o prazo seria cumprido.
No entanto, segundo a agência de notícias Reuters, uma autoridade do governo grego afirmou ter combinado com o Eurogrupo que adiaria a apresentação do projeto para amanhã.
"A lista de reformas será enviada aos ministros de Finanças do Eurogrupo na terça-feira de manhã, enquanto uma teleconferência acontecerá à tarde", disse a autoridade.
A proposta de três páginas vai focar em melhorar a arrecadação de impostos, combatendo a sonegação de impostos entre os mais ricos, a corrupção e o contrabando de cigarros e petróleo, segundo fontes. Com isso, o governo grego espera arrecadar até 6 bilhões de euros, de acordo com o jornal alemão "Bild".
A entrega deste plano faz parte do acordo feito na última sexta, no qual ficou decidido que os empréstimos concedidos à Grécia serão estendidos por mais quatro meses.
Os ministros do Eurogrupo devem discutir as propostas apresentadas pela Grécia ainda na terça, disse um porta-voz do ministério alemão à agência de notícias Reuters.
A lista que deve ser apresentada hoje será uma proposta inicial; até o final de abril, a Grécia precisará entregar uma lista final, que seja aprovada por todos os credores internacionais.
Entenda o caso
A Grécia foi um dos países mais afetados pela crise econômica que começou no final de 2008. O país pertence à zona do euro, e recorreu ao bloco para botar suas finanças em ordem.
Em 2010, foi acertado um plano de empréstimos concedidos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o Banco Central Europeu e a União Europeia, trio que ficou conhecido como "troika".
Em troca, a Grécia deveria adotar as chamadas medidas de austeridade, como aumento de impostos e corte de gastos do governo. Tais medidas foram extremamente impopulares e a "troika" passou a ser odiada pelo povo grego.
O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, filiado a um partido de esquerda, foi eleito com a promessa de minimizar o programa de austeridade no país e focar sua política no bem-estar dos cidadãos.
O país precisava renovar o empréstimo com a "troika", ou poderia ficar sem dinheiro até o final de março.
Para estender o programa de resgate, no entanto, a Alemanha pressionou para que a Grécia continuasse aplicando reformas econômicas.
(Com agências de notícias)
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