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Agência põe notas de SP, MG, PR e MA em revisão para possível rebaixamento

Mike Segar/Reuters
Imagem: Mike Segar/Reuters

Do UOL, em São Paulo

10/12/2015 11h43

A agência de classificação de risco Moody's colocou as notas de crédito dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, e Maranhão, e das cidades do Rio de Janeiro e Belo Horizonte em revisão para rebaixamento. Uma revisão significa, normalmente, que uma decisão pode ser tomada em um prazo de 90 dias.

Na véspera, a Moody’s já havia colocado a nota do Brasil em revisão, e cortado a nota da Petrobras (PETR4) de "Ba2" para "Ba3". Nesse nível de notas, a empresa não está no chamado "grau de investimento" e não é considerada boa pagadora para aplicadores.

Consequência de um possível corte

A perda do grau de investimento prejudica os Estados e municípios porque muitos investidores estão impedidos de deter títulos que não tenham o selo de bom pagador por pelo menos duas das três principais agências de classificação de risco.

Com isso, poderia acontecer uma "fuga" de investidores. 

Além disso, os custos de financiamento para os governos e para as empresas locais ficariam mais caros.

Um corte também pode reduzir o fluxo de entrada de dólares no país, deixando a moeda ainda mais cara. O dólar já acumula alta de mais de 40% ante o real neste ano.

 

Avaliação de agências indica risco de calote aos investidores 

Um governo consegue dinheiro vendendo títulos no mercado. Os investidores compram papéis com a promessa de receberem o dinheiro de volta no futuro com juros. Quando um governo tem avaliação ruim, considera-se que há risco de dar um calote e não pagar esses investidores. 

Se houver desconfiança sobre essa devolução, fica difícil conseguir vender esses títulos, e o país tem de pagar mais juros aos investidores para compensar o risco maior. O país com mais confiança são os EUA.

O chamado grau de investimento indica aos investidores que uma economia tem baixo risco de dar calote, e que as aplicações financeiras feitas por investidores estrangeiros nesse país terão risco próximo a zero.

Entenda como as agência fazem o cálculo da nota

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um Estado ou um município.

Ele busca medir a probabilidade de calote de obrigações financeiras. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

Do ponto de vista econômico, é bastante vantajoso, pois uma vez feito, pode ser utilizado para vários objetivos e por diversas instituições. Com a globalização, o rating se apresenta como uma linguagem universal que aborda o grau de risco de qualquer título de dívida.

Agências de risco falharam na crise

As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.

Elas deram boas notas para operações de vendas de hipotecas imobiliárias nos EUA que afundaram bancos e investidores e geraram a grande crise financeira.

O rating, ou classificação de risco, refere-se ao mecanismo de classificação da qualidade de crédito de uma empresa, um país, um título ou uma operação financeira.

Ele busca mensurar a probabilidade de calote de obrigações financeiras, ou seja, o não-pagamento, incluindo-se atrasos e ou falta efetiva do pagamento. O rating é um instrumento relevante para o mercado, uma vez que fornece aos potenciais credores uma opinião supostamente independente a respeito do risco de crédito do objeto analisado.

(Com Reuters)