BC: 'Prévia' do PIB recua 4,08% em 2015 e aponta pior recessão em 25 anos
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" informal do PIB (Produto Interno Bruto), fechou 2015 com queda de 4,08%. O número considera os dados sem ajustes sazonais, pois compara dois períodos iguais (o ano de 2015 ao de 2014).
Se forem consideradas as diferenças sazonais, a queda é um pouco maior: de 4,11%.
As informações foram divulgadas pelo Banco Central (BC) nesta quinta-feira (18).
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) deve divulgar os dados oficiais do PIB do ano passado no dia 3 de março. O PIB é a soma de tudo o que é produzido no país.
Se o resultado do IBGE for semelhante ao indicado pelo BC, será a pior recessão no Brasil em 25 anos, desde 1990, quando a retração foi de 4,35%.
10ª queda mensal
Em dezembro, a atividade econômica recuou 0,52% em relação a novembro, segundo o BC. A comparação é feita já descontando as diferenças sazonais entre os meses de novembro e dezembro.
Essa foi a décima queda mensal consecutiva do indicador.
Ainda segundo o BC, a atividade econômica no quarto trimestre encolheu 1,87% na comparação com o terceiro trimestre, descontando as diferenças sazonais.
IBC-Br é diferente do PIB
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB, e serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).
A estimativa do IBC-Br incorpora a produção estimada para os três setores acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
Recessão cada vez pior
O resultado do IBC-Br mostra que o cenário de recessão piora cada vez mais, em meio às incertezas políticas e econômicas no país.
Quase todos os setores da economia vêm registrando sucessivos resultados negativos. Além disso, o desemprego está alto, os índices de confiança vêm caindo, e a inflação e os juros estão em patamares elevados.
Queda também neste ano
Analistas não veem recuperação da economia em breve. A expectativa de economistas consultados pelo Banco Central é de encolhimento de 3,33% em 2016, com as projeções para 2017, hoje de crescimento de apenas 0,59% do PIB, piorando a cada semana.
Nesta quinta, a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou previsão de queda de 4% da economia brasileira neste ano e de estagnação em 2017.
O FMI (Fundo Monetário Internacional) piorou, em janeiro, as expectativas para o PIB em 2016, de -1% para -3,5%. Para 2017, o FMI também mudou a projeção: de crescimento de 2,3% para estagnação. Em 2015, segundo previsão do órgão, a economia deve ter encolhido 3,8%.
(Com Reuters)
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