Japão tem hotel-livraria sem portas, com banheiro coletivo e 1.700 livros
Cair no sono enquanto lê foi o que inspirou uma imobiliária japonesa a criar um hotel diferente. Ali, os hóspedes podem dormir em meio a estantes repletas de livros. Também podem escolher um dos mais de 1.700 títulos para ler.
Nosso foco está no momento de cair no sono. Cochilar durante seus preciosos momentos de lazer é uma das melhores situações. Por isso, com os livros como tema central, decidimos criar um albergue que oferece o melhor 'momento de sono'
Rikimaru So, diretor de Relações Públicas do "Book and Bed Hotel"
O nome é uma brincadeira com o conceito de "bed and breakfast" (cama e café da manhã).
Sem privacidade, sem conforto, com wi-fi
O hotel fica no sétimo andar de um prédio próximo à estação de Ikebukuro, vizinha a Shibuya, um dos bairros mais famosos e em uma das áreas mais valorizadas de Tóquio.
Não espere muita privacidade ou grande conforto: não há portas e o banheiro é compartilhado. O maior atrativo é a experiência.
O espaço conta com 30 camas, sendo 18 delas em formato de beliche. Todas ficam atrás das estantes de livros, que funcionam como as paredes de um quarto. Uma vez que o hóspede "adentra" a estante, pode usufruir de um colchão, travesseiro, luz de cabeceira e tomadas para seu laptop, por exemplo. O wi-fi é grátis.
As diárias custam entre 3.500 ienes e 5.500 ienes (R$ 110 a R$ 172, aproximadamente). A tarifa aumenta nos finais de semana e varia conforme o tamanho da cama: 129 cm ou 80 cm de largura por 2,05 m de comprimento.
Além disso, o hotel oferece um serviço diurno, que parece mais formatado para os curiosos: por 1.500 ienes (cerca de R$ 47), o cliente tem direito a se esparramar por uma das oito poltronas da área comum e ler o quanto quiser, das 13h às 19h.
Pijama retrô esgotado
O hotel também desenvolveu um pijama em parceria com a marca de roupas Nowhaw. As peças, em estilo retrô, listradas em azul ou vermelho e com monogramas em dourado, viraram objeto de desejo.
Foi fabricada uma quantidade limitada de peças, que se esgotou apenas 15 minutos após ter sido colocada à venda em junho, por 20 mil ienes (R$ 626) cada.
Aqueles que decidirem passar a noite de última hora no hotel têm a opção de alugar a peça por 1.500 ienes (cerca de R$ 47).
Escolha dos livros
A lista de livros não para de crescer, mas nenhum está à venda. Eles ficam disponíveis apenas para consulta dos hóspedes. A maioria das obras está em japonês, com uma pequena parcela de livros em inglês.
A escolha dos títulos é feita pela Shibuya Publishing & Booksellers, nas áreas de gastronomia, cultura, arte e comportamento. A rede é conhecida por ter obras selecionadas a dedo pela equipe e que passam longe da lista de "best-sellers".
Existe alguma preferência de título ou estilo entre os frequentadores? "Nós não fazemos [esse tipo de pesquisa]. Nós apenas selecionamos os livros de que gostamos", diz So Rikimaru.
Ao contrário do que geralmente acontece em bibliotecas ou livrarias, no entanto, a comunicação entre os frequentadores é incentivada.
Sucesso de público
A maioria dos clientes é de mulheres (70%), entre 20 e 35 anos (80%). Segundo So Rikimaru, o público-alvo eram os estrangeiros. Atualmente, eles representam 30% dos hóspedes --os principais frequentadores (40%) vêm de outras partes do Japão e até mesmo de Tóquio (30%), em busca de uma "nova experiência" de sono.
O local foi inaugurado em novembro de 2015 e a rede já anunciou a abertura de uma nova loja em Kyoto, a cerca de 450 quilômetros da capital japonesa.
Não é a primeira vez
Uma iniciativa semelhante foi colocada em prática, também em Tóquio, em 2014. Uma cadeia de livrarias chamada Junkudo, uma das maiores da cidade, ofereceu a chance de fãs de mangá, bibliófilos, aficionados e leitores em geral passarem a noite em uma de suas lojas. Na ocasião, os candidatos selecionados pelas redes sociais tiveram que levar seu próprio saco de dormir e comprar pelo menos um livro ou revista.
Onde encontrar: http://bookandbedtokyo.com/
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