Com novas regras, rotativo do cartão tem forte queda em maio, a 363% ao ano
Os juros do rotativo do cartão de crédito tiveram uma grande queda em maio, segundo mês em que estavam em vigor as novas regras para o cartão determinadas pelo Banco Central.
Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (28) pelo BC, a taxa foi de 363,3 % ao ano em maio --queda de 64,8 pontos na comparação com abril (428,1%) e de 111,4 pontos em relação a maio de 2016 (474,7%).
Os juros do parcelamento da fatura do cartão de crédito também caíram, de 162,2% para 160% ao ano em maio.
Desde 3 de abril, o consumidor só pode usar o rotativo do cartão por, no máximo, 30 dias. Após esse período, o banco deve apresentar uma proposta mais vantajosa para o cliente, como o crédito parcelado, no qual você define o número de prestações na hora da aquisição. Nesse caso, os juros são mais baixos que no rotativo, mas ainda assim altos.
Antes, se o consumidor não pagava o valor total da fatura do cartão de crédito, a dívida era jogada para o mês seguinte, por meio do chamado crédito rotativo. Isso acontecia mês a mês, sucessivamente, com a cobrança de juros sobre juros, transformando a dívida numa bola de neve.
Esses são números médios e podem variar para cada situação específica, porque os bancos oferecem taxas diferentes de acordo com o plano contratado pelo cliente e a relação entre eles (quem tem mais dinheiro no banco paga menos taxas).
Juros do cheque especial sobem
A taxa de juros do cheque especial caiu em maio, para 325,1% ao ano. A queda foi de 3,1 ponto percentual em relação a abril (de 328,2%). Na comparação com maio de 2016, porém, houve alta de 13,6 pontos (311,5%).
Os dados são referentes apenas aos juros cobrados das famílias.
Confira a variação das modalidades de crédito monitoradas pelo BC:
- Rotativo do cartão de crédito: de 428,1% ao ano em abril para 363,3% ao ano em maio;
- Cartão de crédito parcelado: de 162,2% ao ano em abril para 160% ao ano em maio;
- Cheque especial: de 328,2% ao ano em abril para 325,1% ao ano em maio;
- Crédito pessoal não-consignado: de 129,2% ao ano em abril para 132,6% ao ano em maio;
- Crédito pessoal consignado: de 28,2% em abril para 27,5% ao ano em maio;
- Compra de veículos: de 24,4% ao ano em abril para 24,3% ao ano em maio;
- Financiamento imobiliário: de 9% ao ano em abril para 9,9% ao ano em maio.
Cortes na taxa básica de juros
No mês passado, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC decidiu cortar novamente a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual, de 11,25% para 10,25% ao ano, na sexta baixa seguida.
A Selic é a taxa básica da economia e serve de referência para outras taxas de juros (financiamentos) e para remunerar investimentos corrigidos por ela. Ela não representa exatamente os juros cobrados dos consumidores, que são muito mais altos.
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