Afetada por greve, 'prévia' do PIB cai 3,34% em maio e 2,9% em um ano
Do UOL, em São Paulo
16/07/2018 08h41
O IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma "prévia" informal do PIB (Produto Interno Bruto), mostrou que a economia encolheu 3,34% em maio, em relação a abril, informou o Banco Central nesta segunda-feira (16).
A expectativa de analistas consultados pela agência de notícias Reuters era de queda de 3,45%.
Na comparação com maio do ano passado, o índice caiu 2,9%.
O desempenho da economia em maio foi fortemente afetado pela greve dos caminhoneiros, que paralisou no país nos últimos 10 dias do mês, prejudicou diretamente a atividade econômica e abalou ainda mais a confiança de empresários e consumidores.
Leia também:
- Próximo presidente terá mandato ameaçado pelo teto de gastos
- Dilma fez transferência de renda para ricos, diz economista em livro
- Medo do imprevisto faz mercado comparar eleição com a de Lula em 2002
Queda generalizada
Os impactos da greve foram sentidos em diversos setores da atividade e ajudaram a derrubar ainda mais as previsões de crescimento do PIB neste ano, inclusive dentro do governo.
Em maio, a produção industrial despencou 10,9%, pior queda em quase uma década e desde a crise financeira mundial, em 2008.
As vendas no comércio diminuíram pela primeira vez no ano, e o setor de serviços registrou o pior resultado em sete anos.
Previsões para o PIB de 2018 caíram
Em pesquisa do Banco Central, divulgada nesta segunda, analistas reduziram de 1,53% para 1,5% suas previsões para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2018, metade dos 3% indicados há alguns meses.
O Ministério da Fazenda, que também chegou a falar em crescimento de 3% neste ano, agora calcula alta de 1,6%, mesmo cenário do Banco Central.
PIB oficial
Os últimos dados oficiais do IBGE sobre o desempenho do PIB foram divulgados no final de maio.
A economia brasileira cresceu 0,4% no primeiro trimestre, na comparação com o trimestre anterior. Em relação ao mesmo trimestre do ano passado, o PIB subiu 1,2%.
No ano passado, a economia cresceu 1%, após dois anos seguidos de recessão. Com isso, o país voltou a crescer após dois anos de recessão. Economistas afirmam, porém, que o país levará pelo menos dois anos para voltar ao nível de antes da crise.
IBC-Br
O indicador do BC é visto pelo mercado como uma antecipação do resultado do PIB. Ele é divulgado mensalmente pelo Banco Central, enquanto o PIB é divulgado a cada três meses pelo IBGE.
O IBC-Br serve de base para investidores e empresas adotarem medidas de curto prazo. Porém, não necessariamente reflete o resultado anual do PIB e, em algumas vezes, distancia-se bastante.
O indicador do BC leva em conta a trajetória das variáveis consideradas como bons indicadores para o desempenho dos setores da economia (agropecuária, indústria e serviços).
A estimativa incorpora a produção estimada para os três setores, acrescida dos impostos sobre produtos. O PIB calculado pelo IBGE, por sua vez, é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país durante certo período.
(Com Reuters)