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Todas atividades do varejo perderam ritmo com greve dos caminhoneiros, diz IBGE

Daniela Amorim

Rio

12/07/2018 10h32

A paralisação dos caminhoneiros durante 11 dias no fim de maio fez todas as atividades do varejo ampliado mostrarem perda de ritmo em relação a abril, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio divulgados nesta quinta-feira, 12 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O único segmento a registrar expansão nas vendas foi o de supermercados, com avanço de 0,6%, menor do que o de 1,0% apurado em abril, impedindo uma perda ainda maior no varejo no período, observou Isabella Nunes, gerente na Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.

Embora o setor tenha sentido o desabastecimento de alimentos in natura, os estoques de não perecíveis permaneceram preservados.

"(Produtos de) supermercados são itens de primeira necessidade. É claro que o choque de oferta que aconteceu tem impacto nos preços. E o próprio período da greve, longa, de negociação difícil, causou alguma apreensão na população. Muitas pessoas foram ao supermercado para abastecer (estocar alimentos). Os produtos não perecíveis têm estoque renovado de 15 em 15 dias. Então não teve impacto no mês de maio", justificou Isabella.

Na passagem de abril para maio, as vendas no varejo caíram 0,6%. No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, a perda foi de 4,9%, o pior desempenho desde setembro de 2012 (-9,6%) e a queda mais intensa para meses de maio de toda a série histórica, iniciada em 2004.

As quedas nas vendas de combustíveis (-6,1%) e de móveis e eletrodomésticos (-2,7%) puxaram a perda no varejo em maio ante abril. As demais reduções ocorreram em livros, jornais e revistas (-6,7%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-4,2%), artigos farmacêuticos e perfumaria (-2,4%) e tecidos, vestuário e calçados (-3,2%). O segmento de outros artigos de uso pessoal e doméstico ficou estável (0,0%) no mês.

No varejo ampliado, o volume vendido por material de construção caiu 4,3%, enquanto veículos e motos, partes e peças despencaram 14,6%, a mais intensa queda desde abril de 2010 (-16,2%).

"O resultado em relação a abril mostra disseminação de quedas", avalia Isabella. "A perda generalizada corrobora a ideia de que foi um evento que impactou toda a atividade, trouxe menor ritmo para todas as atividades", completou a gerente.