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Sem plano de saúde? Novas empresas prometem desconto de até 70% em consulta

Natalia Gómez

Colaboração para o UOL, de Maringá (PR)

01/09/2018 04h00

A parcela da população que não tem acesso a planos de saúde, mas também não quer depender do Sistema Único de Saúde (SUS), cresce a cada dia. De olho nesse público, várias startups começaram a oferecer serviços alternativos, com preços mais acessíveis, prometendo descontos de até 70% em consultas, exames e remédios. A maioria oferece consultas e exames mais baratos.

Algumas estão começando a atender também empresas que desejam oferecer benefícios a seus funcionários. Entre as inovações no mercado, estão seguro para internação hospitalar, venda de vacinas com descontos, aplicativos para celular, cartão pré-pago de saúde e descontos em farmácias. Conheça mais abaixo algumas dessas empresas e veja no fim do texto quais são as regras.

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Vida Class

A startup Vida Class oferece três tipos de produto: consultas e exames, seguro para internação e descontos em farmácias.

Consultas com descontos: a empresa tem rede com 12 mil profissionais da saúde em 150 cidades. O cliente faz um registro no site ou no aplicativo e agenda sua consulta por meio desta plataforma, onde também é feito o pagamento.

Segundo a empresa, as consultas custam a partir de R$ 45. Os valores são estipulados pelos próprios profissionais e chegam a ser 70% mais baixos que no mercado, segundo o presidente da Vida Class, Vitor Moura. A empresa não cobra mensalidade nem assinatura dos usuários e fica com 7% do valor das consultas. Há cerca de 20 mil clientes.

Assinatura de descontos em farmácias: Com R$ 7,99 por mês, o usuário tem direito a descontos de até 60% em 22 mil farmácias de 1.498 municípios.

Seguro de internação hospitalar: Custa de R$ 19,50 a R$ 36,50 por mês e paga ao cliente de R$ 250 a R$ 1.000 por dia de internação, mesmo que seja pelo SUS. Cobre qualquer internação por acidente ou doença. Se for algo programado ou parto, o seguro não cobre. Outra restrição é que o seguro não cobre internações por epidemia, quando oficialmente declarada pelo governo.

Doutor 123

A startup cobra uma assinatura mensal e oferece descontos em consultas e exames em rede credenciada. A assinatura para consumidor final é de R$ 22,90 por mês; para empresas, de R$ 17,90, com direito a incluir três dependentes, sejam ou não da família.

Segundo a empresa, os descontos são de 30% a 40% em relação ao mercado, com possibilidade de parcelar em até três vezes. A consulta custa, em média, entre R$ 60 e R$ 220.

Agendamentos de consulta e exames são online. Para exames, os descontos são de até 70%, com parcelamento em até dez vezes, informa a empresa.

Também dá direito a orientação de profissionais de enfermagem por telefone, seguro de vida e auxílio-funeral, além de descontos de até 60% em uma rede de 25 mil farmácias. Tem plano de vender vacinas com desconto.

Tem rede credenciada em São José dos Campos (SP), Campinas (SP), Belo Horizonte, Grande São Paulo e Recife.

Dandelin

Funciona por meio de um aplicativo de celular. Os usuários não pagam o preço da consulta, mas uma mensalidade que varia conforme o uso. O máximo é de R$ 100. "Caso o valor devido por pessoa seja maior que R$ 100, é risco da empresa. Nós assumimos o excedente", afirmou o presidente da Dandelin, Felipe Burattini.

A expectativa é de que a média por usuário seja de R$ 30 por mês, mas será possível ativar alertas de preço, para os usuários serem avisados quando a conta chegar a R$ 50, por exemplo, para que ele evite usar até o final do mês, se quiser economizar.

A empresa pretende liberar a possibilidade de agendar também exames laboratoriais e o cadastro de dependentes nas contas dos usuários, mas não informou o prazo exato. Hoje há 1.400 clientes e 400 médicos.

A operação está concentrada em São Paulo, mas o objetivo é chegar a 17 cidades com mais de 1 milhão de habitantes até abril do ano que vem.

Doutor Já

A Doutor Já cobra R$ 19,99 por mês dos clientes, com direito a incluir três familiares como dependentes. Oferece consultas médicas com preço médio de R$ 50 (os descontos giram em torno de 40%) e exames com descontos de até 60%.

A empresa atua em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, com rede credenciada de 300 clínicas.

Recentemente, começou a atuar no mercado empresarial, principalmente com micro e pequenas empresas. O valor é de R$ 14,90 por mês por funcionário, mas pode variar dependendo do tamanho da companhia.

Nossos Doutores

Não cobra mensalidade dos usuários nem percentual das consultas. Os médicos pagam uma assinatura mensal de R$ 55.

As consultas médicas custam entre R$ 100 e R$ 120, em média, e os descontos ficam entre 20% e 30%, segundo a empresa. Além de médicos, fazem parte da plataforma profissionais como psicólogos, dentistas e nutricionistas.

O agendamento é feito online, mas também por WhatsApp e telefone. O pagamento é direto no consultório. Tem 500 médicos em 28 cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Goiás e Distrito Federal.

Ticket Saúde

A Ticket, mais conhecida por benefícios de alimentação, entrou na área médica com um produto chamado Ticket Saúde, um cartão pré-pago carregado pela empresa mensalmente com um valor determinado e que pode ser usado para pagar serviços médicos, com descontos de até 80%. O cartão também pode ser utilizado na compra de medicamentos com descontos de 20%.

O produto foi lançado em São Paulo e deve ser expandido para outras capitais nos próximos meses, segundo a empresa. A rede tem 5.000 pontos de atendimento e 1.500 tipos de exame médico.

Também pode ser usado por dependentes, sem custo adicional para a empresa.

Serviço não segue mesmas regras que planos de saúde

Embora esses produtos sejam uma alternativa aos planos de saúde, especialistas em direito do consumidor afirmam que eles não são regulados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e, portanto, não seguem regras que estipulam, por exemplo, prazos máximos de atendimento ou qualidade da rede. Antes de contratar, é preciso entender exatamente quais são os termos do serviço para não ser enganado.

"É importante atenção na hora de contratar esses serviços. Muitas vezes a publicidade pode levar o consumidor a pensar que se trata de um plano de saúde, quando não é", afirmou a advogada e pesquisadora em Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) Ana Carolina Navarrete.

Segundo a advogada, esses produtos não cobrem todos os serviços de saúde e, por isso, a pessoa continuará dependendo do SUS para exames e procedimentos de alta complexidade ou tratamentos de custo elevado. Para ela, estes serviços buscam "atender as brechas do SUS e dos planos de saúde, com um uso misto de serviços, sem constituírem um substituto ideal para qualquer um dos dois".

Segundo a advogada Fabiola Meira, sócia-coordenadora do departamento de relações de consumo do Braga Nascimento e Zilio Advogados, o consumidor deve ficar atento a coberturas e limitações, prazo de utilização dos créditos (se houver), se exames, procedimentos e materiais diversos são cobertos pelas mensalidades ou não. "Também é imprescindível realizar pesquisas sobre as clínicas e médicos disponíveis", disse.

De acordo com a advogada, as empresas têm obrigação de dar informações claras e adequadas sobre os diferentes serviços, mas cabe ao consumidor prestar atenção nas condições do serviço antes de fazer a contratação.

Onde encontrar:

Dandelin - https://dandelin.io/
Doutor123 - https://doutor123.com.br/
Doutor Já - https://www.doutorja.com.br/ - WhastApp (21) 99421-4440
Nossos Doutores - https://nossosdoutores.com.br/  - WhastApp (11) 95978-1941
Ticket Saúde - https://www.ticket.com.br/
Vida Class - https://www.vidaclass.com.br/ - WhatsApp (11) 9 8940 6013