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Mourão: Proposta final da Previdência deve ser enviada na 2ª metade do mês

Gustavo Maia

Do UOL, em Brasília

05/02/2019 14h34

O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) afirmou nesta terça-feira (5) que a proposta final de reforma da Previdência deverá ser enviada ao Congresso na segunda quinzena desse mês, depois que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tiver alta hospitalar.

O general disse ainda que Bolsonaro não concorda com idade mínima igual para homens e mulheres na proposta de reforma da Previdência, ideia que, segundo Mourão, é defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

Nesta segunda-feira (4), a reportagem do Grupo Estado vazou uma proposta preliminar para a reforma da Previdência. Membros da equipe econômica confirmaram que o texto vazado é uma das versões em estudo pelo governo. Sobre a minuta que se tornou pública, o vice-presidente declarou que "aquilo foi um vazamento aí que houve, mas a decisão vai ser do presidente".

"Isso aí é decisão do presidente [...] O Guedes, na visão dele, é todo mundo [homem e mulher] igual. Não é isso que se busca hoje, a igualdade?", afirmou Mourão, rindo. "O presidente não concorda", completou, na chegada ao gabinete da Vice-Presidência, no Palácio do Planalto, por volta das 14h.

"Apenas atores coadjuvantes"

Questionado se a divergência "vai dar algum problema", o general respondeu que não, porque o "decisor" é Bolsonaro. "É o presidente, foi ele que foi eleito. Nós aqui somos apenas atores coadjuvantes", afirmou.

Sobre o prazo para a definição do texto, Mourão afirmou que é preciso o presidente voltar de São Paulo, onde está internado desde o último dia 27, no hospital Albert Einstein. Bolsonaro passou por uma cirurgia para retirar a bolsa de colostomia que usava desde setembro do ano passado, quando levou uma facada no abdômen.

"Nós temos que aguardar ele dar alta, né? Não tem a expectativa ainda de alta dele. Pode ser no final de semana, pode ser na semana que vem. E aí ele vai dar a decisão. Acredito, na segunda quinzena de fevereiro deve ser enviado ao Congresso", declarou.

Quadro febril

No domingo (3), Bolsonaro apresentou um quadro febril e teve um acúmulo de líquido ao lado do intestino detectado por exames, conforme indicou boletim médico divulgado na tarde de segunda-feira pelo hospital. Devido às intercorrências, o presidente não terá alta médica nesta quarta (6), como estava previsto inicialmente. Agora, ele deverá ficar internado por pelo menos mais uma semana.

Reunião com ministros

Durante reunião ministerial comandada por Mourão na manhã desta terça-feira, no Palácio do Planalto, os ministros também falaram sobre a reforma da Previdência. Segundo a Casa Civil, o texto divulgado na imprensa foi "apenas um dos vários estudos em avaliação".

De acordo com o vice-presidente, a questão da idade mínima não chegou a ser debatida por Guedes no encontro. Mourão afirmou ainda que o general Carlos Alberto dos Santos Cruz, ministro-chefe da Secretaria de Governo, responsável pela Secom (Secretaria de Comunicação) da Presidência, está montando um plano de comunicação especificamente para a reforma.

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Band News