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De volta à Argentina, Guedes recua e diz que moeda comum está 'distante'

Adriano Machado/Reuters
Imagem: Adriano Machado/Reuters

Talita Marchao

Do UOL, em Santa Fé (ARG)

16/07/2019 22h49Atualizada em 17/07/2019 09h33

Um mês depois de conjecturar uma moeda comum preliminarmente batizada de "peso real" e de dizer que a implementação poderia ser rápida, o ministro brasileiro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta noite que a ideia é para um "horizonte mais distante".

"Foi uma conversa em que estávamos falando de um horizonte no qual desembocaríamos depois de uma integração econômica", disse Guedes em Santa Fé, noroeste da Argentina, onde participará da Cúpula do Mercosul. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) é esperado para amanhã.

"Quando os países fazem integrações comerciais, e o melhor exemplo disso é a própria União Europeia, lá na frente eles desembocaram em uma área comum, que foi o euro. Quando conversamos com os argentinos, falávamos disso", declarou o ministro.

Em 7 de junho, a empresários argentinos e brasileiros, Guedes apresentou a ideia e disse que havia viabilidade para uma adoção veloz. "Tem jeito de fazer tudo na vida", afirmou.

Hoje, Guedes afirmou que a implantação rápida beneficiaria a Argentina ("poderia ajudar muito na estabilização da economia"), mas requer ajustes fiscais e políticos.

Ele ainda afirmou que se o presidente Mauricio Macri não for reeleito em outubro e vencer a chapa da ex-presidente Cristina Kirchner, a adoção de uma moeda comum "pode ser até impossível".

"Mercosul tem sido ferramenta de atraso econômico"

Guedes também afirmou que concorda com a avaliação de Bolsonaro de que "o Mercosul serviu para fechar a economia brasileira". "Ele [o bloco] estagnou a economia brasileira e a da argentina porque está alinhado em uma ideologia obsoleta", afirmou.

"O Mercosul tem sido uma ferramenta de atraso econômico. Prejudicou a Argentina e o Brasil. Para vocês terem uma ideia, a Venezuela, que está no norte, era do Mercosul porque o alinhamento era ideológico", destacou o ministro, que não participou da reunião de ministros da Economia realizada na Cúpula do Mercosul hoje - ele chegou ao país depois de o encontro acontecer.

"Ou o Mercosul vira uma ferramenta para integrar as economias latino-americanas em torno de uma economia moderna, de crescimento econômico, maior abertura e aumento de competitividade e produtividade, ou o Mercosul não nos interessa", disse Guedes.

Ele afirmou que a opinião é compartilhada por Macri e pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que estariam conversando sobre a criação de acordos comerciais que aumentem a integração.