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Veja as medidas anunciadas por Macri na Argentina após derrota em primárias

Mauricio Macri, presidente da Argentina - Nicolás Celaya/Xinhua
Mauricio Macri, presidente da Argentina Imagem: Nicolás Celaya/Xinhua

Do UOL, em São Paulo

14/08/2019 13h18

Após expressiva derrota para a oposição nas eleições primárias no último domingo, o presidente da Argentina, Mauricio Macri, tenta ganhar apoio da população com medidas que impactam diretamente o bolso dos argentinos. Na manhã de hoje, Macri anunciou o seguinte pacote:

  • Congelamento do preço dos combustíveis por 90 dias;
  • Aumento de 25% no salário mínimo (hoje o mínimo corresponde a R$ 902);
  • Redução do imposto de renda para pessoas físicas de baixa renda;
  • Dois pagamentos extras até as eleições de outubro para famílias pobres que recebem benefícios;
  • Aumento de 40% no valor da bolsa estudantil "progresar" (progredir) e no programa "Asignación Universal Por Hijo", semelhante ao Bolsa-Família;
  • Diminuição das obrigações das pequenas e médias empresas com o Fisco.

Em pronunciamento, Macri afirmou que respeita o recado vindo das urnas e que as medidas anunciadas têm o objetivo de trazer alívio às famílias de 17 milhões de trabalhadores argentinos.

"As medidas que tomei e que vou compartilhar com vocês agora são porque eu escutei vocês. Ouvi o que vocês queriam me dizer no domingo", afirmou.

Nas eleições de domingo, o presidente da Argentina recebeu 32% dos votos, enquanto o candidato de oposição, Alberto Fernández, que tem como vice a ex-presidente peronista Cristina Kirchner, saiu vencedor, com 47%. O resultado surpreendeu porque nenhuma pesquisa eleitoral previu tamanha diferença em favor da chapa de esquerda.

A derrota do candidato que se diz mais liberal na economia não foi bem recebida pelo mercado. Na segunda-feira, o peso argentino chegou a perder 30% do valor em relação ao dólar.

Mesmo com o pacote anunciado hoje, a economia argentina continua em baixa. Pela manhã, o peso caía 12,3%, a 61 por dólar, marcando a terceira sessão consecutiva de grandes perdas.

Algumas das medidas anunciadas hoje, como o congelamento de preços, contradizem o discurso econômico liberal que elegeu, em 2015, o atual presidente. O conjunto de medidas terá um custo fiscal de 40 bilhões de pesos (US$ 678 milhões).

Os argentinos voltarão às urnas em 27 de outubro, com possibilidade de segundo turno em 24 de novembro.

(Com Reuters e Efe)

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