Servidor ganha o dobro que trabalhador no setor privado, diz Banco Mundial
O nível de salários dos servidores federais é quase o dobro (96% maior) que o de empregados do setor privado com as mesmas características de escolaridade, gênero, cor de pele, idade e atividade profissional, segundo estudo do Banco Mundial feito a pedido do governo brasileiro.
Em 2017, o Brasil gastou R$ 725 bilhões com 11,5 milhões de servidores ativos, o que supera em 20 vezes os gastos com o Bolsa Família, de acordo com o levantamento.
Apesar disso, o levantamento aponta que a quantidade de funcionários públicos no Brasil não chega a ser tão alta na comparação com padrões internacionais.
Reestruturação no funcionalismo
A partir dos dados, o Banco Mundial recomendou ao governo brasileiro:
- suspender imediatamente os reajustes dos funcionários públicos por três anos
- diminuir o número de carreiras
- contratar nove servidores para cada dez aposentados
- e reduzir o salário de entrada dos novos funcionários públicos
Segundo a instituição financeira internacional, o país passa por um bom momento para promover mudanças na estrutura do funcionalismo, visto que 26% dos servidores federais terão se aposentado até 2022.
Uma redução de 10% nos salários iniciais das carreiras federais geraria uma economia de R$ 26,35 bilhões até 2030, segundo o estudo. No mesmo período, a reposição de nove servidores para cada dez aposentados, associada à restrição de aumentos salariais, poderia economizar R$ 200 bilhões.
O Banco Mundial também destaca como aspectos negativos na estrutura brasileira a existência de 117 tabelas de progressão de carreira e 179 rubricas de gratificação.
Reforma só para novos servidores
O governo deverá concluir a proposta de reforma administrativa ainda neste mês, afirmou o secretário Especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, destacando que a ideia é mudar regras somente para os novos servidores.
"É importante deixar claro que a proposta mantém todos os direitos adquiridos dos atuais servidores. A gente quer fazer regras que valerão para os novos servidores, para você criar um modelo novo e aí sim fazer essa migração", disse.
Uebel não deu detalhes sobre a proposta que será apresentada para enxugar o peso do funcionalismo, limitando-se a dizer que, após finalizada pelo time técnico, ela ainda será submetida ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente Jair Bolsonaro.
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