Fiat e Peugeot fecham acordo para formar 4ª maior montadora do mundo
Resumo da notícia
- Fiat Chrysler e grupo francês PSA, dono da Peugeot, confirmaram acordo para unir as duas empresas
- Fusão cria quarta maior companhia automotiva do mundo, atrás de Volkswagen, Toyota e Renault-Nissan
- Grupo tem valor de mercado estimado em US$ 50 bilhões e 8,7 milhões de veículos vendidos por ano
- Cada companhia deve ter metade (50%) da nova empresa
- Segundo as empresas, não deve haver fechamento de fábricas
- Previsão é chegar a um memorando, nas próximas semanas, para dar sequência à fusão
A Fiat Chrysler e o grupo francês PSA, dono da Peugeot, confirmaram nesta quinta-feira (31) um acordo para unir as duas empresas e formar a quarta maior companhia automotiva do mundo, atrás de Volkswagen, Toyota e Renault-Nissan. A fusão deve criar um grupo com valor de mercado estimado em US$ 50 bilhões e 8,7 milhões de veículos vendidos por ano.
Cada companhia deve ter metade (50%) da nova empresa, que deve ter sede na Holanda e ações negociadas nas Bolsas de Paris, Milão e Nova York. Segundo as empresas, não deve haver fechamento de fábricas e há uma previsão de economia de US$ 4,1 bilhões —80% disto em até quatro anos.
Na França, representantes sindicais criticaram a decisão de instalar a nova sede na Holanda, que consideram um "brecha" para fugir de impostos.
A negociação já foi autorizada pelos conselhos de administração dos dois grupos. A expectativa é chegar a um memorando de entendimento nas próximas semanas para dar sequência à fusão.
O presidente, segundo o comunicado, deve ser John Elkann, que atualmente controla a Fiat Chrysler, e Carlos Tavares, presidente da PSA, deve ser o CEO da nova companhia. O conselho de administração será composto por 11 membros.
"Os acionistas dos dois grupos passariam a deter, respectivamente, 50% do capital da nova entidade e, portanto, iriam dividir igualmente os lucros dessa fusão", informaram as montadoras em comunicado conjunto.
Novas tecnologias e mercado em baixa
As empresas buscam escala para bancarem pesados investimentos em novas tecnologias, para atender o mercado de híbridos e elétricos, e enfrentarem desaceleração da procura.
Com a fusão, a FCA terá acesso a plataformas mais modernas de veículos da PSA, ajudando o grupo a cumprir normas mais rígidas contra emissão de poluentes, enquanto a PSA, concentrada na Europa, vai se beneficiar dos negócios lucrativos da FCA nos Estados Unidos e em grandes mercados como Brasil.
"A companhia resultante da fusão se beneficiaria das margens entre os mais altos mercados onde estaria presente, baseadas na solidez da Fiat Chrysler na América do Norte e na América Latina, além da PSA na Europa", disseram as duas empresas no comunicado.
"Essa convergência cria um valor significativo para todos os acionistas e abre um futuro brilhante para a companhia resultante da fusão. Estou satisfeito com o trabalho realizado até agora com Mike Manley [executivo-chefe da Fiat Chrysler]", afirmou Tavares na nota.
Negociação frustrada com a Renault
O novo projeto de fusão ocorre menos de cinco meses depois de a Fiat Chrysler ter retirado uma oferta de fusão com a rival da PSA, a Renault.
As negociações, porém, fracassaram por falta de apoio do governo da França e da Nissan, acionistas da montadora francesa.
O governo da França exigia garantias de que os empregos dos 46 mil funcionários da Renault no país seriam mantidos e de que teria representação na direção da nova empresa que surgiria da fusão.
Governo francês disse apoiar negócio
O ministro de Economia e Finanças da França, Bruno Le Maire, disse hoje que vê com bons olhos a fusão entre o Peugeot e Fiat Chrysler.
"Essa operação responde à necessidade do setor automobilístico de consolidar-se para enfrentar os desafios de mobilidade do futuro. Permitirá a criação do quarto grupo automobilístico mundial", afirmou o ministro em comunicado.
O governo da França, por meio do Banco Público de Investimento (BPI), possui 12% das ações da Peugeot.
(Com agências)
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