Conteúdo publicado há 7 meses

Dólar vai a R$ 5,091; Bolsa tem leve alta à espera do Copom

O dólar fechou com alta de 0,47% nesta quarta-feira (8), cotado a R$ 5,091. O Ibovespa também encerrou o dia com leve alta, de 0,21%, aos 129.480,89 pontos, com investidores à espera da conclusão da reunião de política monetária do Banco Central em meio a incertezas sobre o ritmo de afrouxamento.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere- se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

O momento é de inédita incerteza no atual ciclo monetário sobre a magnitude do corte a ser anunciado pelo Copom (Comitê de Política Monetária). Os resultados serão divulgados nesta quarta.

Em sua última reunião, o Copom havia indicado manutenção do ritmo de 0,50 ponto percentual. Porém, desde então incertezas globais e domésticas levaram o presidente do BC, Roberto Campos Neto, a abrir a porta no mês passado para uma desaceleração do passo de corte para 0,25 ponto, virando de cabeça para baixo as expectativas do mercado.

Mercado tem opinião diversas, mas prevê corte menor para a Selic. Divididos, economistas consultados em pesquisa da Reuters acreditam em sua maioria numa desaceleração para 0,25 ponto, embora outra parcela expressiva aposte na manutenção do passo de 0,50 ponto visto nas últimas seis reuniões.

Antes certos da manutenção do ritmo de meio ponto, operadores de contratos futuros de juros passaram a embutir quase 90% de chance de ajuste mais cauteloso, de 0,25 ponto. As expectativas do boletim Focus também viraram, e passaram a mostrar nesta semana redução de 0,25 ponto, de 0,50 antes.

Em teoria, um ritmo mais lento de afrouxamento monetário no Brasil seria positivo para o real, uma vez que isso preservaria melhor a rentabilidade do mercado de renda fixa, atraindo investidores estrangeiros. No entanto, muitos participantes do mercado têm alertado que, caso eventual decisão do BC de desacelerar o afrouxamento seja motivada por elevadas incertezas fiscais, isso poderia anular o efeito positivo para o real, já que a saúde das contas públicas também é um fator levado em consideração para decisões de investimento.

Situação de calamidade no RS também é destaque no cenário nacional. "No pano de fundo (da reunião do Copom), o impacto da situação do Rio Grande do Sul na economia continua sendo uma fonte de preocupação, especialmente diante do cenário fiscal desafiador e da deterioração das expectativas de inflação", disseram economistas da Guide Investimentos em relatório a clientes. Enchentes devastadoras já deixaram ao menos 100 mortos e 128 desaparecidos, segundo o balanço mais recente da Defesa Civil do estado, enquanto sobreviventes enfrentam escassez de alimentos e suprimentos básicos.

Frente à tragédia, o Congresso aprovou na terça-feira o projeto de decreto legislativo que reconhece o estado de calamidade no Rio Grande do Sul. A medida abre caminho para o envio de recursos federais ao estado sem que isso afete a meta fiscal do governo ou implique descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. No exterior, o dia não teve grandes destaques.

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