Backer nasceu com chope para boates, já ganhou prêmios e domina em MG
Resumo da notícia
- Polícia encontrou substância tóxica nas marcas Belorizontina e Capixaba
- Duas pessoas morreram
- Backer é a maior cervejaria artesanal do país em volume de produção
- Empresa começou produzindo chope vendido em casa noturna
- Faturamento é estimado em R$ 8 milhões mensais
Há 20 anos no mercado, a cervejaria Backer, de Belo Horizonte, ganhou fama nacional nos últimos dias após duas mortes ligadas à contaminação de cervejas da marca. A Polícia Civil encontrou uma substância tóxica em alguns lotes dos rótulos Belorizontina e Capixaba.
Maior cervejaria artesanal do país em volume de produção, a Backer nasceu produzindo chope para casas noturnas. Conquistou o mercado mineiro com preços mais baixos que os das artesanais concorrentes, e suas cervejas ganharam prêmios nacionais e internacionais, como o World Beer Awards.
Com sede na Serra do Curral, na capital mineira, a Backer tem cerca de 380 funcionários diretos. Fundada e gerenciada pelo casal Halim e Ana Paula Lebbos e pelo irmão de Halim, Munir Lebbos, a empresa atualmente produz 21 tipos de cerveja.
Ana Paula pediu hoje que os consumidores não bebam as duas marcas com problemas, independentemente do lote. "O que quero agora é que não bebam a Belorizontina, qualquer que sejam os lotes, por favor. Quero que meu cliente seja protegido. Não beba Belorizontina. Não sei o que está acontecendo", disse.
A Backer possui também um bar próprio, chamado de Templo Cervejeiro. Aos sábados, promove visitas guiadas à linha de produção, com agendamento antecipado. Gerencia também uma loja online para venda de cerveja e de itens como caneca, chaveiro, chinelo, camiseta e xampu.
Backer começou com chope para casas noturnas
Os fundadores da cervejaria eram donos da casa de shows Noiva do Cowboy, em Contagem (MG), quando resolveram fabricar chope, conta a jornalista e sommelier de cerveja Fabiana Arreguy, no livro "Cervejas e Comidas Mineiras: Vamos Combinar?".
Abriram outra casa em Belo Horizonte, a Três Lobos, e passaram a vender a bebida ali. No início, o chope era produzido no Rio de Janeiro e levado para Minas.
Quando resolveram montar uma fábrica de cerveja em Minas, em 1999, os Lebbos contrataram um mestre-cervejeiro que havia trabalhado na Brahma, marca da Ambev.
A Backer se tornou a primeira microcervejaria do Estado a engarrafar cervejas, segundo Fabiana, o que a fez sair em vantagem na exploração do mercado de cervejas artesanais. As outras faziam apenas chope naquela época.
Faturamento estimado em R$ 8 milhões
A cervejaria mineira é a maior artesanal do país em volume de produção, com quase 800 mil litros mensais, segundo o SindBebidas (Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral de Minas Gerais). A empresa não revela números.
A estimativa de Marco Falcone, vice-presidente da entidade, é que o faturamento mensal da marca seja próximo de R$ 8 milhões, considerando um tíquete médio de R$ 10 por litro.
No país, juntando todas as cervejarias artesanais, a média de produção é de 20 mil litros por mês, muito abaixo da alcançada pela fabricante mineira, afirmou Falcone.
"O impacto econômico [da investigação e interdição da Backer] é grande, e estamos muito preocupados com essa situação toda. Mas o mercado é maduro. As pessoas que consomem cerveja artesanal são bem informadas e não vão deixar de consumir", disse.
Backer teria procurado Ambev
O UOL apurou que, no ano passado, a Backer tentou encontrar possíveis compradores para a cervejaria e, com a ajuda de um banco, teria se aproximado de algumas cervejarias, como a Ambev, maior do Brasil e uma das maiores do mundo. A gigante, porém, não teria se interessado pelo negócio.
Segundo uma fonte ligada ao mercado de cervejas artesanais, a Backer tem muitos passivos e isso teria afugentado a Ambev.
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