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Bolsonaro deve levar reforma dos servidores ao Congresso na semana que vem

Carla Araújo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

07/02/2020 14h02Atualizada em 07/02/2020 14h19

Resumo da notícia

  • Guedes comparou servidor a "parasita" e disse que governo encaminhar reforma administrativa à Câmara na próxima semana
  • Segundo fontes, Bolsonaro pode ir pessoalmente ao Congresso entregar proposta
  • Governo faz duas reuniões para ajustes finais no texto
  • Primeiro encontro deve ser comandado pelo próprio presidente e reunir núcleo duro de ministros
  • Em outra frente, técnicos da Economia devem fazer revisão final da proposta

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo vai encaminhar a reforma administrativa para a Câmara na próxima semana. Ele reafirmou a importância de ajustar regras dos salários do funcionalismo, dizendo que parte da categoria virou "parasita", e exige aumentos automáticos mesmo quando "vê que o hospedeiro está morrendo".

Segundo fontes ouvidas pela reportagem, o presidente Jair Bolsonaro pode ir pessoalmente ao Congresso entregar a proposta. A reforma, que deve mexer substancialmente com o serviço público no país, é apontada pelo Executivo e o Legislativo como uma das prioridades da agenda econômica deste ano.

Nesta sexta-feira (7), o governo faz duas reuniões para os ajustes finais no texto. O primeiro encontro deve ser comandado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro no Palácio do Planalto. Ele deve tomar conhecimento dos detalhes do texto.

"Vamos apresentar para ele [Bolsonaro] no detalhe, dissecar a proposta para que o presidente tenha confiança de enviar as sugestões de mudança que ele quer", disse uma fonte que acompanha os trabalhos.

Guedes está no Rio de Janeiro, mas o núcleo duro dos ministros deve comparecer: Jorge Oliveira (Secretaria-Geral), responsável por avaliar a constitucionalidade da proposta; Luiz Eduardo Ramos, responsável pela articulação política; e Onyx Lorenzoni, que comanda a Casa Civil, apesar de esvaziado e desgastado no cargo.

Em outra frente na Esplanada, técnicos do Ministério da Economia devem fazer uma revisão final da proposta.

Entrega pessoalmente pelo presidente

Questionado pelo UOL sobre o andamento dos trabalhos, o secretário de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, que comanda a elaboração da proposta, disse apenas que a reforma deve ser mesmo apresentada oficialmente na semana que vem.

A ideia é que o presidente formalize a entrega ao Congresso pessoalmente, em mais um gesto de aceno ao Legislativo e para marcar a relevância da pauta. Mas, assessores disseram que a visita ainda não está definida.

Durante esta semana, Bolsonaro convidou os presidentes da Câmara, Senado e Supremo Tribunal Federal (STF) para um almoço no Palácio da Alvorada justamente para discutir a agenda de projetos para 2020. Ontem, o presidente teve uma reunião —que não constava na agenda oficial— com Guedes e, em uma das diversas transmissões ao vivo que fez durante o dia, afirmou que o governo estava na "iminência" de mandar a proposta.

Além da reforma administrativa, o governo trabalha para alterar os tributos brasileiros. Neste caso, no entanto, o caminho é um pouco mais longo, já que há no Congresso textos com ideias de reformas tributárias, e alterar impostos é considerado algo mais sensível pelos parlamentares.