Hugo Rodrigues, CEO da WMcCann: Vivemos numa era mais descartável

Hugo Rodrigues, CEO da agência WMcCann, é o entrevistado do podcast Mídia e Marketing, publicado nesta semana. No papo, Hugo fala sobre a relevância da propaganda no Brasil, o momento de mudança do mercado publicitário nacional e a transformação digital dos consumidores.

"A propaganda não concorre com propaganda. A propaganda, hoje, concorre com entretenimento. Estamos trabalhando para transformar marcas e pessoas, tornar isso um grande relacionamento, numa troca que seja boa para os dois lados", afirma (no vídeo acima, o trecho está a partir de 2:03). A WMcCann, que possui escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo, atende clientes como Chevrolet, Coca-Cola, Banco do Brasil e Nestlé, entre outros.

"A essência da publicidade não mudou. O que precisa, agora, é seduzir o outro, cada vez mais com verdade e com propósito". Rodrigues cita empresas como Zara e Uniqlo como exemplos de marcas que aliam experiências a seus produtos. "Muitas vezes, empresas consagradas perdem valor porque oferecem experiências que, no final das contas, não conseguem fechar o balanço desta empresa. Experiência é fundamental para sobreviver, e isso também está no produto", afirma (a partir de 13:53).

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Sobre os desafios da "nova publicidade", o executivo fala sobre o crescimento do número de plataformas que o consumidor tem acesso. "Vivemos numa era mais descartável. Nossa memória está menos afiada. As plataformas são infinitas. (A publicidade) precisa criar não só algo brilhante, mas algo que encontre um cruzamento entre todas estas plataformas", diz (a partir de 23:53).

"A publicidade não perdeu a relevância —o gosto mudou. E acredito que essa mudança aconteceu em 2007, quando Steve Jobs pegou uma máquina e transformou em algo altamente criativo (o iPhone). [Aquilo] mudou a relação do ser humano com a máquina. Isso fez com que a publicidade tivesse que mudar de patamar" (a partir de 21:15).

"O Brasil é um dos 3 melhores países do mundo em publicidade. Isso foi construído por muito tempo e isso, talvez, tenha deixado a gente sonhador demais. Hoje o mercado publicitário é muito menos pretensioso porque estamos aprendendo na marra, há alguns anos, a entender de números. Não basta só falar bem de propaganda, ela precisa se converter numa venda" (a partir de 27:45).

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