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Se estados usarem dinheiro para 'fazer política', é 'traição', diz Guedes

Ministro da Economia, Paulo Guedes -
Ministro da Economia, Paulo Guedes

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

30/04/2020 12h05Atualizada em 30/04/2020 14h56

Em audiência pública no Congresso Nacional na manhã de hoje, o ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou que os recursos para combate ao coronavírus não podem ser usados para outros fins por estados e municípios. Ele citou, por exemplo, aumento de salário de servidores públicos. Segundo ele, fazer política em vez de cuidar da saúde é uma traição ao povo.

"Estamos conscientes. Não pode faltar recursos para a saúde. Por isso é que não pode ter aumento de salário. Não se pode permitir o uso dos recursos para fins que não sejam o combate ao coronavírus. Seria uma covardia contra o povo brasileiro. Se aproveitar do momento que o povo brasileiro está sendo abatido por um vírus, se aproveitar disso para fazer política, em vez de cuidar da saúde, seria uma traição ao povo brasileiro", declarou.

Guedes quer que a lei determine que os prefeitos e governadores não possam conceder reajustes para servidores com os recursos repassados pela União para compensar a perda de arrecadação.

O debate sobre socorro aos estados e municípios para combater o coronavírus foi desvirtuado, afirmou Guedes. Ele declarou que a crise de saúde se transformou em um grande movimento para transferência de recursos da União para governadores e prefeitos.

"Pediram R$ 220 bilhões. Visivelmente a crise da saúde se transformou em outra coisa. E aí eu não podia concordar e pedi ajuda ao senador Davi Alcolumbre (DEM-AP). Não podemos quebrar a União e transformar uma crise de saúde em um grande movimento de transferência de recursos para estados e municípios", disse.

Diante da crise, o ministro da Economia afirmou que pediu ajuda ao presidente do Senado, enquanto o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) estavam em atrito.

"Aí o Alcolumbre deu um passo à frente em um momento em que estava havendo uma disputa entre o presidente da República e o presidente da Câmara. Um desentendimento comigo onde fui atacado, simplesmente por defender o Tesouro Nacional. Eu não reagi às críticas. Só pedi socorro ao Senado. Estamos ampliando o programa com uma contrapartida. Será uma transferência enorme, de R$ 130 bilhões. Mas isso não pode virar aumento de salário de funcionalismo. Foi o pedido que eu fiz", afirmou.