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Fraudes no auxílio emergencial ficaram "só" em 25% do esperado, diz Caixa

Ricardo Marchesan

Do UOL, em São Paulo

03/06/2020 19h47

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, afirmou que o número de fraudes de documentos em pedidos de auxílio emergencial de R$ 600 ficou abaixo do previsto pelo banco, representando 25% do que era projetado antes do início do pagamento.

"O que nós (Caixa) fazemos, além do pagamento de 60 milhões de pessoas todos os meses, é a checagem de documentos. Fraudes de documentos, potenciais fraudes de documento, são evitadas pela Caixa Econômica", afirmou Guimarães. "(As fraudes são) minimizadas por toda essa questão dos aplicativos que nós colocamos. É muito difícil acontecer. Nós temos 25% só do que nós esperávamos de fraudes."

A declaração foi feita em entrevista coletiva online nesta quarta-feira (3). O presidente da Caixa foi perguntado a respeito de reportagem publicada pelo jornal "Valor Econômico" sobre estudo apontando que um terço das famílias das classes A e B pediu o benefício, e que 69% deles foi aprovado, o equivalente a 3,9 milhões de lares com maior renda.

O auxílio emergencial é pago a trabalhadores informais, autônomos, microempreendedores e desempregados que para combater o impacto da crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus.

Caixa não faz análise

Guimarães afirmou que não cabe à Caixa fazer a análise se a pessoa tem ou não o direito ao auxílio. O cruzamento dos dados para saber se a pessoa atende aos critérios para pagamento é feito pelo Dataprev, estatal responsável pelo sistema, e verificado pelo Ministério da Cidadania.

"Não cabe à Caixa Econômica Federal esta análise. E não cabe explicitamente, porque nós não temos essa base de dados em termos de checagem dos outros benefícios", afirmou. "A lei é muito explícita e só a Dataprev tem a possibilidade de cruzamento para saber se as pessoas receberam mais de R$ 28 mil em 2018, se o grupo familiar recebeu mais de três salários mínimos, se a pessoa específica recebeu mais de meio salário mínimo. Então são bilhões de cruzamentos de dados que é realizado pela Dataprev e verificados pelo Ministério da Cidadania."

TCU vê irregularidades

Também nesta quarta-feira, o jornal "O Estado de S. Paulo" publicou reportagem sobre relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) que alerta para o risco de 8,1 milhões de brasileiros terem recebido indevidamente o auxílio.

Enquanto isso, outras 2,3 milhões de pessoas que estão no Cadastro Único de programas sociais podem ter ficado de fora, mesmo cumprindo os critérios para o benefício.