Por "confiança", Unilever deixará de anunciar no Facebook e Twitter nos EUA
A Unilever afirmou hoje que deixará de anunciar no Facebook, Instagram e Twitter nos Estados Unidos. A decisão vale, pelo menos, até o final de 2020.
A companhia é a segunda maior anunciante dos Estados Unidos. Em 2019, a empresa investiu US$ 42,3 milhões em publicidade apenas no Facebook.
Segundo a Unilever, a decisão foi tomada porque a "atmosfera polarizada", às vésperas da eleição norte-americana, faz com quem "essas plataformas não agreguem valor às pessoas e à sociedade". Além disso, afirmou que luta para "construir um "ecossistema digital confiável e seguro":
Movimento pede que redes sociais sejam menos 'complacentes'
A divisão norte-americana da Honda também anunciou que não fará anúncios no Facebook e no Instagram no mês de julho. A empresa é a primeira montadora a participar do movimento Stop Hate For Profit (pare de dar lucro ao ódio, em tradução livre) que pede a empresas que deixem de anunciar no Facebook durante o mês de julho.
A iniciativa, que foi criada por seis grupos norte-americanos de direitos civis, exige que a rede social seja "menos complacente" com mensagens de ódios publicadas na plataforma. Entre as empresas do Facebook estão também o Instagram e o WhatsApp.
Segundo os fundadores, a iniciativa é "uma resposta à longa história do Facebook de permitir que conteúdo racista, violento e falso seja disseminado em sua plataforma". A ideia é que a campanha pressione empresas a exigirem mais mecanismos de segurança na rede social.
Adesão vem crescendo
Até então, a Verizon, empresa norte-americana de telecomunicações, era o maior anunciante que prometeu participar do movimento. A Ben & Jerry's, marca de sorvetes da Unilever, havia anunciado a adesão ao boicote na terça-feira (23).
As marcas de roupas esportivas The North Face, Rei e Patagonia foram as primeiras a anunciar que fariam o boicote. O site de empregos Upwork e a empresa de internet Mozilla também já aderiram ao compromisso.
O Facebook gera 98% de sua receita por meio de anúncios. A companhia recebeu US$ 17,4 bilhões em publicidade no primeiro trimestre de 2020. O número de usuários ativos diários foi de 1,73 bilhão em março deste ano, 11% superior ao mesmo mês de 2019.
A empresa já havia se mostrado incomodado com o movimento. Segundo o site Business Insider, a empresa enviou um comunicado a algumas agências de publicidade, afirmando que a empresa "estaria aberta a se reunir com as organizações" que lideram o movimento.
Um dos e-mails, assinado por Carolyn Everson, vice-presidente de soluções de marketing global do Facebook, dizia que "o mais importante é remover o discurso de ódio e o conteúdo que prejudica as comunidades", além de ter "políticas mais fortes contra o discurso de ódio e as tecnologias mais avançadas do mundo para removê-los".
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