Redução parcial do auxílio é 'inadequada e fora da realidade', diz Randolfe
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse hoje em entrevista à GloboNews que a redução parcial do auxílio emergencial sugerida pelo governo Bolsonaro é inadequada e fora da realidade. Ele defendeu a prorrogação do pagamento até o final do ano.
A fala veio em resposta ao anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de que a intenção do governo é pagar mais três parcelas do auxílio com redução gradativa. Os valores, segundo Bolsonaro, seriam de R$ 500, R$ 400 e R$ 300, somando assim R$ 1.200.
"É inadequado e fora da realidade essa proposta de três parcelas com valores que vão decaindo apresentada pelo Ministério da Economia", defendeu o senador. "Isso não é uma necessidade de governo, de oposição, de esquerda, de direita, de centro. Isso é uma necessidade que todo o mundo capitalista está pensando em adotar", disse o líder da oposição.
Randolfe endossa o coro da oposição e pede a extensão do pagamento de R$ 600 até o final do ano para impedir "uma catástrofe na economia brasileira". "É o mínimo diante da gravíssima crise que o país enfrenta", afirmou dizendo que a crise econômica é tão grave quando a sanitária. "O mundo todo está pensando em medidas por parte do Estado brasileiro para injetar recursos na economia, proteger os mais vulneráveis e proteger as empresas", disse.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na semana passada que estender o auxílio pago a trabalhadores informais, desempregados e autônomos por mais um ou dois meses não vai "quebrar" o país financeiramente.
Randolfe acredita que, para fazer a economia girar, o país precisa ignorar o ano fiscal com base no decreto de calamidade pública e na aprovação da emenda constitucional que prevê um orçamento de guerra para o combate à pandemia.
Ele pede que o governo ignore o ano fiscal de 2020 e coloque dinheiro na economia. "O auxílio emergencial pago em dois meses diminuiu em 0,5% a extrema pobreza no Brasil e colocou dinheiro na economia. Então, colocar dinheiro na mão dos mais pobres é a forma de nós reduzirmos o impacto que vai ter a retração inevitável da economia brasileira", defendeu.
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