Correios fazem mutirão de entregas no fim de semana e pedem fim da greve
Em meio à greve dos trabalhadores dos Correios, a empresa pública informou neste sábado (22) que iniciou um mutirão de entregas e a ação ocorrerá até amanhã. Segundo a estatal, a força tarefa foi organizada para reduzir os impactos da paralisação dos empregados.
Os sindicatos dos trabalhadores dos Correios decidiram decretar greve por tempo indeterminado na última segunda-feira (17).
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) referendou em outubro de 2019 um acordo trabalhista cuja validade se estenderia até o ano de 2021. Porém, pouco tempo depois, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, concedeu liminar aos Correios em que suspendia cláusulas do acordo. Na sexta-feira (21), o plenário da corte formou maioria para referendar a decisão de Toffoli.
A decisão de Toffoli fez com que o acordo perdesse a validade já neste mês de agosto e obriga os representantes da categoria a entrar em uma nova rodada de negociações com a direção da empresa pública. Os trabalhadores querem manter os termos do acordo firmado pelo TST até o ano de 2021.
A avaliação dos funcionários é que a paralisação precisa acontecer para que os direitos dos trabalhadores sejam mantidos. Eles também se colocam contra a privatização da estatal.
Os Correios também informaram que pretendem realizar entregas em um volume quatro vezes maior do que o normal durante os fins de semana. As agências postais, declarou a empresa, estão abertas e ofertam serviços e produtos. "A empresa informa ainda que permanecem temporariamente suspensos os serviços com hora marcada, medida em vigor desde o anúncio da pandemia", disse em nota.
Empresa diz que direitos dos trabalhadores são preservados
Além do mutirão, os Correios informaram que o acordo sindical proposto não retira direitos dos empregados, mas faz uma adequação nos benefícios que a empresa considera que extrapolam a CLT e outras legislações.
"Conforme amplamente divulgado, a diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção sugeridas na proposta da empresa é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações das federações representativas dos empregados, por sua vez, custariam quase R$ 1 bilhão à estatal —dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida", declarou a estatal.
A greve, afirmaram os Correios, agrava a já debilitada situação econômica da estatal. "A instituição confia no compromisso e responsabilidade de seus empregados com a sociedade e com o país, para trazer o mínimo de prejuízo possível para a população", disse a empresa.
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