Guedes sobre crítica de Bolsonaro ao Renda Brasil: 'Ele é quem decide'
O ministro da Economia, Paulo Guedes, recebeu com tranquilidade as exigências feitas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) sobre o Renda Brasil. Pela manhã, o chefe do Executivo criticou as discussões atuais sobre o programa.
Em entrevista ao blog da jornalista Cristiana Lobo, no G1, Guedes afirmou que tudo está "equacionado" e que será feito com "total transparência".
"É assim mesmo. Ele é o presidente e é quem decide", disse o ministro ao blog. Guedes também apontou que a equipe dele vai apresentar as propostas de programas que podem ser unificados ao atual Bolsa Família.
Na entrevista, o ministro ainda minimizou ainda mais o clima e brincou: "As coisas são assim mesmo: a economia é o cara que faz o papel de mau, e a política é o cara que faz o papel do bem."
A crítica de Bolsonaro
Para o presidente, o modelo atual do Renda Brasil retira recursos de "pobres" e dá a "paupérrimos".
"Vamos voltar a conversar. A proposta que a equipe econômica apareceu para mim não será enviada ao Parlamento", disse ele durante visita a uma usina em Ipatinga (MG).
Na prática, a decisão de Bolsonaro de rejeitar o programa concebido pelo Ministério da Economia é uma derrota para Guedes, pois anula praticamente todo o trabalho feito até então.
As divergências expostas hoje pelo presidente foram malvistas pelo mercado financeiro. Logo após as declarações, houve queda brusca no Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira.
Bolsonaro criticou especificamente a ideia de usar o dinheiro destinado ao abono salarial para financiar o Renda Brasil.
"Não posso tirar de pobre para dar para paupérrimos, não podemos fazer isso aí. Como a questão do abono salarial, para quem tem até dois salários. Seria um 14º, não podemos tirar de 12 milhões de famílias para dar para o Bolsa Família, ou Renda Brasil, seja o que for o nome deste programa", afirmou.
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