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BC melhora para -5% estimativa para o PIB; projeção de inflação vai a 2,1%

Banco Central espera queda de 5% do PIB brasileiro em 2020 - Getty Images
Banco Central espera queda de 5% do PIB brasileiro em 2020 Imagem: Getty Images

Antonio Temóteo

Do UOL, em Brasília

24/09/2020 08h29Atualizada em 24/09/2020 14h29

O BC (Banco Central) melhorou a estimativa de queda para o PIB (Produto Interno Bruto) de -6,4% para -5% em 2020. A projeção foi publicada no Relatório Trimestral de Inflação. Essa estimativa é mais pessimista que a do Ministério da Economia, que prevê uma queda de 4,7% do PIB no mesmo período.

Com a disparada recente no preço dos alimentos, a estimativa para a inflação no final do ano subiu de 1,9% para 2,1%.

Segundo o BC, a nova projeção para a economia leva conta um crescimento maior no terceiro trimestre, influenciado pelas medidas econômicas do governo de combate ao coronavírus, sobretudo o auxílio emergencial, e pelo crescimento do consumo.

Apesar disso, a equipe de Roberto Campos Neto alertou que o fim do pagamento do auxílio emergencial, em dezembro, deve reduzir o ritmo de alta do PIB.

"Para o último trimestre do ano, a partir de quando vigora incerteza acima da usual sobre o ritmo da recuperação, espera-se arrefecimento da taxa de crescimento, associado, em parte, à diminuição esperada de transferências de recursos extraordinários às famílias", informou.

Otimismo maior para 2021

Para 2021, o BC espera um crescimento de 3,9%, previsão mais otimista que a do Ministério da Economia, que estima alta de 3,2%.

"Essa perspectiva está condicionada ao cenário de continuidade das reformas e de manutenção do atual regime fiscal, assegurando o equilíbrio de longo prazo das contas públicas, e pressupõe arrefecimento da pandemia, com gradativa elevação da mobilidade e volta progressiva aos padrões de consumo vigentes antes do período de distanciamento social", afirmou.

Segundo o BC, mesmo com fim do pagamento do auxílio emergencial a partir de janeiro de 2021, o consumo das famílias deve ser favorecido pela recuperação do mercado de trabalho, pela redução do nível de distanciamento social e pelo maior acesso a serviços que estavam limitados durante a pandemia.

Para 2021, a equipe de Campos Neto manteve a projeção de 3% para a inflação. Para 2022, a estimativa é de 3,8% e para 2023, 4,6%.