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Guedes usa China como exemplo de economia de mercado: 'Somos prisioneiros'

Ministro da Economia, Paulo Guedes criticou lentidão em privatizações - Adriano Machado
Ministro da Economia, Paulo Guedes criticou lentidão em privatizações Imagem: Adriano Machado

Do UOL, em São Paulo

19/11/2020 18h48

O ministro da Economia, Paulo Guedes, citou a China como exemplo de economia de mercado ao criticar, mais uma vez, o ritmo de privatizações no Brasil. A declaração foi dada na tarde de hoje, em participação no 41º Congresso Brasileiro de Previdência Privada.

"Somos prisioneiros cognitivos de uma economia dirigista. A inteligência brasileira acredita em economia planificada, quando a China é um fenômeno de economia de mercado, continua com regime político fechado, mas é hoje uma economia extraordinariamente dinâmica e baseada em mercados", declarou o ministro.

Guedes afirmou que "existem duas Chinas", sendo uma estatal e controlada, com "dificuldades e bancos públicos" e outra voltada para o mercado externo, dinâmica e "penetrando nas economias globais com enorme grau de dificuldade".

Assim como em outras ocasiões, o ministro afirmou que o Brasil precisa de uma "perestroika" — nome dado ao processo de abertura econômica da União Soviética na década de 1980 e que levou ao fim do regime de comunismo.

"O Brasil é uma grande sociedade aberta em construção, tem democracia resiliente, está aperfeiçoando o sistema democrático ao longo dos últimos 30 anos, e avançou rápido do ponto de vista político. Mas do ponto de vista econômico, a nossa perestroika, está muito devagar", disse ele. "Estamos há dois anos tentando privatizar empresas, mas tem sido muito difícil", acrescentou.

Imposto sobre folha

Guedes chegou a dizer que a pandemia de covid-19 levou o governo a reconhecer, ainda mais, o problema de imposto sobre a folha de pagamentos. "O debate sobre desoneração da folha de pagamentos estava interditado na Câmara", afirmou.

Ele repetiu que o governo quebrou a trajetória de avanço dos gastos públicos, com a aprovação da reforma da previdência, o congelamento do salário dos servidores e a redução das despesas com juros da dívida — que, segundo ele, deve cair R$ 120 bilhões este ano.

O ministro também alfinetou o governo de Michel Temer (MDB), dizendo que foi um governo de transição, que apresentou a reforma da Previdência, mas não conseguiu aprová-la e aumentou o salário do funcionalismo. "Temer colocou teto sem parede, parede são as reformas que fizemos."

Segundo Guedes, a capitalização como parte do regime de previdência o tornaria mais eficiente, mas não é prioridade mais neste governo.

Com informações da Agência Estado