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João Livi, da Talent: "Marcas não precisam ser perfeitas o tempo todo"

Renato Pezzotti

Colaboração para o UOL, em São Paulo

01/04/2021 04h01

Cada vez mais as marcas têm tentado abrir novos diálogos com os consumidores nas redes sociais. Além disso, as empresas têm pegado ganchos em acontecimentos e programas do dia a dia para entrarem nas conversas das pessoas.

E quando isso dá errado? O que fazer? Para comentar este - e outros assuntos, o podcast Mídia e Marketing recebe o publicitário João Livi, CEO da agência Talent Marcel, criativo com mais de 30 anos de carreira.

"Você, eu, quem está nos ouvindo, todo mundo tem um estilo. E todo mundo erra. As marcas também não precisam perfeitas o tempo todo. Elas podem se manifestar sobre assuntos polêmicos - e podem pedir desculpas depois. 90% da lacração ou da porrada nas marcas não tem consequência nenhuma", diz (a partir de 28:22).

Livi ainda fala sobre as principais transformações que as agências de publicidade têm atravessado.

"O segredo não é ser moderno: é ser contemporâneo. Precisamos analisar as causas das mudanças, analisar as causas das transformações, em todos os aspectos da vida. Temos nos estruturado fortemente na direção de 'cultura de transformação'. O modelo vai ser diferente: mais ágil, mais rápido", afirma (este trecho está a partir de 8:10).

"Uma das coisas que marcou época na propaganda foram os silos. Eles não podem existir mais. A publicidade está se simplificando de uma maneira brutal, porque a burocracia dá um jeito de matar qualquer ganho de produtividade em processos mais simples. Para o bem do cliente, tem que valer mais a 'ideiacracia'", declara (a partir de 14:25).

"A mudança na propaganda é inexorável, tanto na tecnologia quanto culturalmente falando. O cenário é mais complicado de trabalhar. Por outro lado, traz mais oportunidades", afirma (a partir de 25:46).

Pergunta lá?

Criada em 2011, a campanha "Pergunta Lá", do Posto Ipiranga, é uma das antigas em veiculação na TV - e foi criada pela Talent. Livi conta qual o grande segredo para tanto sucesso?

"Na época, fizemos uma proposta mercadológica sobre o 'grande centro de conveniência' para facilitar a vida das pessoas, que representasse o 'posto completo esperando por você'. A campanha tinha seis comerciais diferentes, mas apostávamos que esse iria se destacar porque tinha todos os aspectos de sucesso: simplicidade, humor e vendas", diz (no vídeo acima, este trecho está a partir de 18:18).

O executivo também comenta sobre as ações realizadas pelas marcas durante a pandemia. "Os clientes, de maneira geral, também foram atingidos pelos mesmos problemas. Eles fizeram o que podiam e deviam. As marcas têm que se posicionar de forma a fornecer produtos, serviços e inovações que ajudem as pessoas. E as marcas têm um papel de fornecer esperança que é muito importante", declara (a partir de 1:15).