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'É um dia triste para o setor elétrico', diz presidente de associação

Representantes do setor elétrico se posicionaram sobre a aprovação da MP de privatização da Eletrobras pelo Senado   - Pilar Olivares/Reuters
Representantes do setor elétrico se posicionaram sobre a aprovação da MP de privatização da Eletrobras pelo Senado Imagem: Pilar Olivares/Reuters

Colaboração para o UOL

17/06/2021 21h08

Com a aprovação da MP (Medida Provisória) de privatização da Eletrobras pelo Senado, nesta quinta-feira (17), representantes do setor elétrico se posicionaram sobre o assunto. Segundo Mário Menel, presidente do Fase (Fórum das Associações do Setor Elétrico) e da ABIAPE (Associação Brasileira dos Investidores em Autoprodução de Energia), foi um "dia triste para o setor".

"A aprovação da MP representa uma sinalização muito ruim para o setor elétrico. Uma interferência do Congresso no planejamento do setor", afirmou. "É um dia triste para o setor. Mas temos que nos consolar, isso é o exercício democrático, e tentar verificar como pode-se minimizar os danos para o setor no curto e no longo prazo", comentou Menel.

Em nota, a ABRADEE (Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica) também criticou a aprovação da MP. Segundo a associação, a medida provisória "traz um texto final que sinaliza mais preocupações para o setor elétrico e para o mercado consumidor".

"A ABRADEE acredita que o texto original da MP trazia importantes contribuições à modernização do setor e modicidade tarifária, com a capitalização da Eletrobras. Mas o texto final da MP traz pontos de preocupação em relação a custos que irão recair nas contas dos consumidores".

A associação cita como pontos preocupantes a contratação de 6.000 MW de termelétricas a gás com 70% de inflexibilidade; reserva de mercado para contratação de Pequenas Centrais Hidrelétricas e abertura total do mercado de energia até 2026.

Na contramão, Charles Lenzi, presidente da ABRAGEL (Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa), elogiou e defendeu o projeto aprovado.

"Nós entendemos que os senadores reconheceram a narrativa mais importante desse processo que é a narrativa apresentada pelo próprio Ministério de Minas e Energia defendendo os aspectos importantes da medida provisória e principalmente no que diz respeito aos benefícios que essa medida acaba trazendo para a sociedade brasileira e para os consumidores. É um grande passo e decisão importante. Estamos muito satisfeitos com a forma com que foi encaminhada ao Senado", afirmou Lenzi.

Privatização da Eletrobras com 'jabutis'

O Senado aprovou nesta quinta-feira (17) a MP (Medida Provisória) de privatização da Eletrobras, holding gigante do setor elétrico brasileiro, por 42 votos a favor e 37 contra. O texto agora volta à Câmara dos Deputados. Ele precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional até 22 de junho, ou perde a validade. Na tarde de hoje, antes da aprovação pelo Senado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou que os deputados votariam o texto na segunda-feira.

O relator da proposta, senador Marcos Rogério (DEM-RO), apresentou três versões do relatório em menos de 24 horas, com diversas mudanças, para conseguir os votos e aprovar a proposta. Ele incluiu "jabutis", como são chamadas as adições de temas estranhos à proposta original.