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ANÁLISE

Urgência por transformação criativa e sistêmica é destaque no Cannes Lions

GoAd Media*

21/06/2021 20h35

As graves crises sociais e ambientais escancaradas nos últimos meses, diante da pandemia de covid-19, da emergência climática e de violentos episódios de racismo, se fizeram sentir no primeiro dia de debates do Cannes Lions 2021, o mais importante festival de criatividade do planeta.

Das premiações às sessões de conteúdo, predominaram peças e discursos enfatizando o poder transformador da criatividade e a responsabilidade das marcas no sentido de assegurar uma sociedade mais sustentável, mais diversa e mais justa.

Entre as marcas que aproveitaram o festival para convocar seus pares a assumir um papel social mais incisivo, de forma continuada e consistente, foi a P&G, em sessão comandada por Marc Pritchard, Chief Brand Officer da organização. O executivo apresentou o programa "Widen the Screen to Widen our View", que promove mais diversidade e representatividade na indústria da publicidade.

Segundo ele, três passos são fundamentais nesse processo: realizar mudanças internas na organização, usar a voz da marca para amplificar essas causas, e contribuir efetivamente para a transformação do sistema.

"Todos nós, inclusive o Cannes Lions, somos o sistema. E somos responsáveis pelas intervenções necessárias para assegurar mais inclusão e equidade", afirmou Pritchard.

Crise climática em debate

Em debate sobre emergência climática conduzido por Philip Thomas, presidente da Ascential Marketing Division e chairman do Cannes Lions, grandes players da indústria foram desafiados a enfrentar o "elefante na sala" e encarar sua longa tradição de fazer com que as pessoas comprem coisas de forma exagerada e desnecessária.

Maher Nasser, diretor de divulgação no setor de comunicações globais da ONU, sugeriu que a indústria compartilhe seus esforços e resultados ano a ano, e avalie cuidadosamente o impacto que vem causando no mundo.

"Tornem-se visíveis, transparentes, para que as pessoas possam responsabilizá-los. Responsabilidade será o conceito chave para o futuro", disse o representante da ONU.

Wendy Clark, CEO global da Dentsu, disse que enxerga seus clientes se movendo para o chamado "futuro regenerativo", e reconhecendo que um portfolio de produtos sustentáveis pode representar um modelo mais rentável.

Connie Braams, da Unilever, apontou o desafio (e a incontornável necessidade) de criar bons produtos sustentáveis, a preços acessíveis, ajudando consumidores a fazer melhores escolhas.

Diante da possibilidade de recusar clientes que trabalhem, por exemplo, no setor de combustíveis não-renováveis, Mark Reed, CEO do grupo WPP -que atende a empresa de energia BP -afirmou que sua função é, justamente, ajudar clientes com este perfil a realizarem a transição de um velho modelo para uma nova maneira de existir no mundo. "Todas as empresas devem ter o direito de comunicar aquilo que estão fazendo", observou.

Conteúdo em escala

Em conversa com Guru Gowrappan, CEO da Verizon Media, o piloto de Fórmula 1 Fernando Alonso, disse que a tecnologia permitiu levar a experiência da competição aos fãs que não têm a oportunidade de acompanhar uma corrida em um dos autódromos do circuito.

Por meio dos canais digitais e das transmissões em TV, o conteúdo em torno do esporte ganha escala. "Com a adoção de novas tecnologias e da leitura dos dados gerados por nossa performance, os fãs podem entender melhor o que acontece no cockpit. É algo transformador, que leva milhões de pessoas para uma experiência que jamais teriam", segundo Alonso.

*Parceiro do UOL, a GoAd Media produz de conteúdo para o mercado de comunicação e marketing