'Inflação do aluguel' desacelera a 0,6% em junho e vai a 35,75% em 12 meses
O IGP-M (Índice Geral de Preços-Mercado), utilizado como referência para o reajuste de contratos, como os de aluguel de imóveis, desacelerou a 0,6% em junho, contra avanço de 4,1% no mês anterior.
Com isso, o índice acumula alta de 15,08% no ano e de 35,75% em 12 meses. Em junho de 2020, o índice havia subido 1,56% e acumulava alta de 7,31% em 12 meses. Os dados foram divulgados hoje pela FGV (Fundação Getulio Vargas).
Na abertura do IGP-M de junho, houve desaceleração em dois dos três índices. A mais significativa ocorreu no IPA-M (Índice de Preços ao Produtor Amplo), de 5,23% para 0,42%, a menor taxa desde fevereiro de 2020 (-0,19%). Em 12 meses, o IPA-M acumula 47,53% de alta, após 50,21% até maio.
O IPC (Índice de Preço ao Consumidor) arrefeceu de 0,61% para 0,57%, chegando a 7,94% no acumulado em 12 meses até junho. Já o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) passou de 1,8% para 2,30%, com 16,88% em 12 meses.
No IPC, cinco das oito classes de despesa componentes do índice registraram decréscimo em suas taxas de variação em junho. A principal contribuição foi de Saúde e Cuidados Pessoais, de 0,89% para 0,07%, com destaque para medicamentos em geral, cuja taxa passou de 2,39% em maio para 0,62% em junho.
Também apresentaram alívio em suas taxas de variação os grupos Comunicação (0,67% para -0,03%), Habitação (1,16% para 1,10%), Educação, Leitura e Recreação (-0,59% para -0,69%) e Vestuário (0,45% para 0,40%). Nessas classes de despesa, as maiores influências partiram de combo de telefonia, internet e TV por assinatura (1,35% para -0,03%), tarifa de eletricidade residencial (4,38% para 3,30%), boneca (1,40% para -0,41%) e calçados (0,57% para -0,02%).
Os grupos Transportes (0,75% para 1,43%) e Despesas Diversas (0,19% para 0,29%), por sua vez, avançaram em relação ao mês anterior. Os itens gasolina (1,03% para 2,72%) e alimentos para animais domésticos (1,02% para 2,60%) exerceram pressão de alta.
Já Alimentação repetiu a taxa de 0,31% em junho, com destaques para laticínios (0,15% para 1,86%), em sentido ascendente, e hortaliças e legumes (0,43% para -4,06%), em sentido oposto.
Segundo a FGV, os itens que mais contribuíram para a desaceleração do IPC em junho foram passagem aérea (-6,98% para -7,28%), banana-prata (-5,65% para -10,19%) e xampu, condicionador e creme (-1,33% para -3,22%), seguidos de perfume (0,84% para -1,90%) e cebola (-1,69% para -10,37%).
As principais influências individuais de alta foram, além de gasolina, tarifa de eletricidade residencial (4,38% para 3,30%), etanol (3,53% para 9,92%), plano e seguro de saúde (0,84% para 0,87%) e condomínio residencial (1,10% para 1,43%).
Influências individuais
A cana-de-açúcar desacelerou de 18,65% para 7,73% entre maio e junho, mas ainda assim foi a maior influência para cima nos preços do IPA-M desta leitura. A FGV também destaca como influências para cima o café em grão (8,82% para 8,15%) e carne bovina (5,04% para 2,56%), além do leite in natura e das aves.
Na outra ponta, pressionaram o índice para baixo o farelo de soja (-0,25% para -4,62%) e os suínos (14,89% para -13,50%), além do minério de ferro, soja em grão e milho em grão.
(*Com informações do Estadão Conteúdo e da Reuters)
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