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Bolsonaro diz que não foi 'convertido' por Guedes para privatizar a Caixa

Paulo Guedes já havia dito anteriormente que defende a privatização de todas as estatais, mas Bolsonaro é contra a da Caixa - Evaristo Sá/AFP/24-05-2019
Paulo Guedes já havia dito anteriormente que defende a privatização de todas as estatais, mas Bolsonaro é contra a da Caixa Imagem: Evaristo Sá/AFP/24-05-2019

Do UOL*, em São Paulo

13/07/2021 19h01Atualizada em 13/07/2021 22h23

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a negar hoje que tenha planos de privatizar a Caixa Econômica Federal. Ele brincou com o ministro da Economia, Paulo Guedes, dizendo que ainda não foi "totalmente convertido".

Bolsonaro e Guedes participaram na tarde de hoje de um evento que celebrou a privatização da Eletrobras, onde discursaram. Em sua fala, Bolsonaro citou inúmeras estatais, afirmando que elas passaram a dar lucro sob sua gestão. Foi neste momento que mencionou a Caixa.

"A Caixa Econômica Federal, não estou falando em privatizar, ainda não fui totalmente convertido ao Paulo Guedes, e nem ele fala em privatizar", disse.

No começo de março deste ano, porém, Paulo Guedes disse, em entrevista ao programa "Os Pingos nos Is", da Jovem Pan, que, se dependesse dele, todas as estatais do país seriam privatizadas. "Para mim, estatal boa é a que foi privatizada", afirmou na ocasião.

À época, Guedes fez a ressalva de que Bolsonaro era contrário à privatização da Caixa, assim como da Petrobras e do Banco do Brasil.

Em sua fala no evento de hoje, o ministro da Economia cumprimentou e agradeceu colegas como o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque e disse que a privatização da Eletrobras era um projeto desde 1995, quando foi incluída entre os planos de desestatização feitos pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB).

No mesmo sentido, Bolsonaro se mostrou otimista para a privatização dos Correios, que é defendida pelo governo federal. "Se Deus quiser, elas prosperarão (as privatizações) e o Brasil cada vez mais se tornará um país menos inchado", disse.

Redução de 4 centavos no PIS/Cofins do diesel

Bolsonaro anunciou que o governo vai reduzir em quatro centavos o valor do PIS-Cofins cobrado sobre o litro do diesel, passando de 31 para 27 centavos, em uma tentativa de reduzir o preço do combustível após reajuste feito pela Petrobras na semana passada.

Segundo o presidente, a redução em 4 centavos será possível porque o governo, para compensar a perda de arrecadação, vai deixar de conceder uma isenção tributária a um determinado setor, que ele não revelou qual.

"O que eu decidi hoje e o Paulo Guedes concordou: nós pegamos uma isenção —não vou entrar em detalhe aqui— e deixamos de dar essa isenção para tal setor. E o que vamos fazer com isso aí? Nós apontamos, sinalizamos, para reduzir o PIS/Cofins do diesel, que está em 31 centavos e vamos passar para 27", disse.

A medida foi anunciada uma semana após a Petrobras aplicar um reajuste de 3,7% no preço médio do diesel, na primeira alta realizada pela gestão do presidente Joaquim Silva e Luna à frente da empresa.

Neste ano, o PIS/Cofins incidente sobre o óleo diesel teve alíquota zerada por dois meses, entre o início de março e o final de abril, em tentativa do governo federal de conter uma escalada nos preços do produto nos postos.

A medida ocorreu por meio de decreto do presidente, que citou como justificativa a volatilidade dos preços. Na ocasião, foi determinada que parte da compensação pelos cortes dos tributos viria de um aumento na contribuição social sobre o lucro líquido de instituições financeiras.

Após o fim da medida, o preço do diesel voltou a subir, tendo registrado uma disparada de 5% apenas na primeira semana de maio, de acordo com números da ANP. Desde então, o valor do combustível tem operado com variações semanais menos bruscas, atingindo na última semana preço médio de 4,545 reais por litro nos postos brasileiros.

Bolsonaro não deu detalhes sobre quando a nova redução do PIS/Cofins do diesel vai começar a vigorar. Ele disse que a redução era um exemplo e instou os governadores a adotarem medidas para reduzir o ICMS sobre o combustível.

*Com informações da Reuters.