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Crise hídrica no Brasil impacta fluxo de commodities e pode afetar o mundo

Há 91 anos não se via tão pouca água nos reservatórios do Brasil e mudanças podem afetar transporte de commodities - Caio Coronel/Itaipu/Imagem de arquivo
Há 91 anos não se via tão pouca água nos reservatórios do Brasil e mudanças podem afetar transporte de commodities Imagem: Caio Coronel/Itaipu/Imagem de arquivo

Do UOL, em São Paulo

30/07/2021 12h53Atualizada em 30/07/2021 13h03

A irregularidade de chuvas no Brasil ameaça o abastecimento de água, além de ter impacto direto na agricultura e no encarecimento das contas de energia. Há 91 anos não se via níveis tão baixos de água nos reservatórios do país, e especialistas afirmam que essas mudanças afetam o transporte de commodities e o suprimento de outras nações, já que o Brasil é o maior exportador de grãos de soja, café e açúcar, e o segundo maior fornecedor de aço e milho.

A navegação no Rio Paraná, o mais importante do país, se tornou um desafio devido ao baixo nível de água, afetando o transporte de grãos e minérios para o mercado global. As interferências também afetam a Bacia do Rio Paraná, que alimenta a maior hidrelétrica do país.

O Rio Paraná é o segundo maior rio da América do Sul e é o responsável por alimentar a indústria ao sul do Brasil, além de fornecer suporte a países vizinhos. As interferências já são observadas na Argentina, maior exportadora de farinha de soja do mundo, e no Paraguai.

Ao jornal O Globo, o vice-presidente da Federação Nacional de Empresas de Navegação Aquaviária, Luizio Rizzo Rocha, disse que as atividades de transporte na sub-bacia Tietê-Paraná, que transporta grãos e oleaginosas, está perto de ter as atividades interrompidas pela primeira vez desde a última seca, em 2014.

A hidrovia ao sul da Região Amazônica que configura o Rio Madeira, responsável por transportar grãos e oleaginosas, está entre os afetados pelo período de secas acima ao esperado para esta época do ano.

Alternativas ao transporte fluvial sentem impacto

Com o fluxo pelos rios se tornando cada vez mais difícil devido ao baixo nível de água, caminhões de mineração estão se tornando a alternativa para o transporte, e os acidentes estão se tornaram frequentes. A conclusão foi feita por Jesse do Carmo, presidente de um sindicato local de funcionários de mineradoras, em entrevista ao O Globo.

O uso de alternativas aos rios também foi adotado pela Vale, que afirmou ao O Globo ter optado pelo transporte de minérios por rodovias e ferrovias de forma a atender os clientes dentro e fora do Brasil de forma segura e legal.