BB e Caixa decidem deixar Febraban por discordar de posicionamento político
O Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal pretendem sair da Febraban (Federação Brasileira de Bancos) por discordar que a entidade — que é privada — se posicione politicamente. A decisão foi informada ao ministro da Economia, Paulo Guedes, e ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A Febraban, representante do setor bancário no país, pretende emitir um manifesto na próxima terça-feira (31) com um pedido de harmonia entre os três Poderes. As informações foram divulgadas por fontes ouvidas pelo Estadão.
Em desacordo com a federação, tanto a Caixa quanto o BB — controladas pelo governo federal — teriam encaminhado uma nota à Febraban informando que sairiam da entidade caso o manifesto seja publicado.
A iniciativa de emitir o manifesto foi votada na instituição e contou com o apoio da maioria, segundo o Estadão.
O assunto tem sido discutido há cerca de uma semana, mas a Caixa e o BB são contrários ao pedido de alinhamento do Legislativo, Executivo e Judiciário, em um momento no qual o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem feito ataques públicos contra os demais poderes.
Sem citar Bolsonaro ou Guedes, o manifesto foi interpretado como uma crítica à gestão federal, uma vez que teria como pauta medidas urgentes para que o Brasil seja capaz de superar a pandemia e gere empregos.
A decisão de romper com a Febraban foi encabeçada pelo presidente da Caixa, Pedro Guimarães, quem mantém relação próxima com o presidente Bolsonaro, de acordo com a apuração do Estadão.
Tanto a Caixa quanto o Banco do Brasil teriam contestado um trecho específico do manifesto, segundo o Estadão, que cita uma "grande preocupação" com a "escalada de tensões e hostilidades entre as autoridades públicas".
O UOL entrou em contato com o Banco do Brasil, e o banco disse que "não vai comentar" a possível saída da Febraban. A Caixa e a Febraban não deram retorno sobre o assunto até o momento da publicação desta matéria.
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