Dívida dos países pobres sobe 12% e bate recorde de US$ 860 bilhões em 2020
Os esforços para lidar com a pandemia geraram, em 2020, um recorde de endividamento dos países de baixa renda, incluindo o Brasil. Segundo dados do Banco Mundial, essa dívida é US$ 860 bilhões, um aumento de 12% em relação ao ano anterior.
Pacotes de estímulo fiscal, monetário e financeiro massivos para atender à emergência de saúde, e reduzir os impactos da crise nas faixas mais pobres da população pesaram nesse resultado.
Mas o banco diz que, mesmo antes da pandemia, diversos países de renda baixa e média já se encontravam em uma posição vulnerável, com desaceleração do crescimento econômico e dívida pública e externa em níveis elevados.
Dívida externa também subiu
Considerando a dívida externa desses países, houve um aumento de 5,3% no ano passado, frente a 2019, para US$ 8,7 trilhões.
"Precisamos de uma abordagem abrangente para o problema, incluindo redução da dívida, reestruturação mais rápida e maior transparência", disse em nota David Malpass, presidente do Banco Mundial.
Segundo o relatório, a deterioração dos indicadores da dívida foi generalizada.
"As economias em todo o mundo enfrentam um desafio assustador representado por níveis de dívida elevados e em rápido crescimento", disse em nota Carmen Reinhart, vice-presidente sênior e economista-chefe do Banco Mundial.
"Os formuladores de políticas precisam se preparar para a possibilidade de superendividamento quando as condições do mercado financeiro se tornam menos benignas, especialmente em mercados emergentes e economias em desenvolvimento", diz Reinhart.
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