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Índice de preços dos alimentos no mundo é o mais alto em 10 anos, diz FAO

Índice da FAO mostra que preço dos alimentos subiu 3% em outubro em relação a setembro - iStock
Índice da FAO mostra que preço dos alimentos subiu 3% em outubro em relação a setembro Imagem: iStock

Colaboração para o UOL

04/11/2021 14h46

Os valores dos alimentos comercializados no mundo chegaram a novo patamar. Os preços atingiram o pico mais alto registrado desde julho de 2011, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (4) pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).

O índice, que faz a comparação mês a mês entre os preços dos alimentos, mostrou que houve uma alta de 3% nos valores de outubro, em relação a setembro. Esse foi o terceiro mês consecutivo de subida dos valores.

Os preços mundiais do trigo subiram 5%, principalmente por causa das colheitas reduzidas dos principais exportadores, como Canadá, Rússia e EUA. O valor do óleo vegetal aumentou 9,6% em outubro.

Já os preços dos laticínios subiram 2,6%, influenciados pelo aumento da demanda global no abastecimento de estoques dos produtos derivados do leite. Curiosamente, os preços do queijo se mantiveram estáveis, porque os principais países produtores adequaram os seus suprimentos para atender à demanda de importação global.

Apesar desses aumentos, também foram registradas quedas nos preços de dois produtos, a carne bovina e o açúcar. O valor dessa carne, que caiu 0,7% em outubro em relação ao mês anterior, foi impulsionado pela redução das compras da China e forte queda nas cotações de abastecimento do Brasil. Em contraponto, os preços das carnes de aves e ovinos aumentaram.

O valor do açúcar caiu 1,8%, registrando a primeira diminuição após seis meses de aumentos. Essa ação aconteceu por conta da demanda de importação global limitada e grandes perspectivas de suprimentos futuros.

Estoques de cereais

A expectativa estava alta para a produção mundial de cereais em 2021, mas esses estoques estão caminhando para uma contração em 2021/22, de acordo os dados divulgados hoje pela Cereal Supply and Demand Brief da FAO. Espera-se uma queda de 6,7 milhões de toneladas, tornando a previsão da produção mundial de cereais ao patamar de 2.793 milhões de toneladas. Essa queda foi motivada pelos cortes nas estimativas de produção de trigo no Irã, Turquia e EUA.

Mas a estimativa de produção dos grãos grossos, como o milho, se manteve positiva. Esse aumento foi impulsionado por rendimentos melhores no Brasil e na Índia.

O consumo mundial de cereais pode aumentar em 1,7%, em relação ao nível estimado para 2020/21 e a previsão é de que os estoques, no final das temporadas em 2022, caiam 0,8% abaixo dos níveis iniciais. A relação estoque/consumo mundial de cereais deve diminuir de 29,4% em 2020/21 para 28,5% em 2021/22.