Ministério da Economia piora projeção de PIB e inflação para 2021 e 2022
A SPE (Secretaria de Política Econômica) do Ministério da Economia piorou hoje suas projeções oficiais para a inflação e para o PIB (Produto Interno Bruto) tanto em 2021 quanto em 2022.
Agora, a estimativa é de alta no PIB de 5,1% este ano, contra 5,3% antes. Para o ano que vem a projeção passou a 2,1%, de 2,5% em setembro. O mercado segue reduzindo ainda mais suas projeções para a evolução da atividade neste e no próximo ano, segundo boletim Focus divulgado ontem pelo BC (Banco Central).
Já a expectativa para a inflação (IPCA) em 2021 aumentou de 7,9% para 9,7%. Para 2022, a projeção de IPCA passou de 3,75% para 4,7%.
O centro da meta de inflação é de 3,75% neste ano e 3,5% no próximo, nos dois casos com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos.
Ao justificar a revisão das projeções, o secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida, disse, em entrevista coletiva, que houve piora no cenário internacional, citando a crise de energia que afeta alguns países na Europa e a quebra de cadeias produtivas.
"Me parece que tem uma demanda represada e teremos alguns bons resultados no ano que vem", disse.
Entre os fatores positivos para perspectiva de crescimento em 2021, a pasta mencionou o bom carregamento estatístico de 2020, a taxa de poupança elevada, a rápida recuperação do investimento, no mercado de crédito robusto e a recuperação dos serviços, especialmente prestados às famílias.
O documento, por outro lado, cita riscos, como a questão hídrica e uma eventual piora da pandemia de covid-19.
Sachsida disse ainda que uma diferença fundamental na visão da SPE está na expectativa de absorção de cerca de 5 milhões de novos trabalhadores no mercado de trabalho ao longo dos próximos 12 meses, sendo 3,4 milhões no setor informal.
"A força da retomada do mercado de trabalho nos parece suficiente para garantir um crescimento superior a 2% no ano que vem", disse o secretário.
"Espera-se que, com a retomada do emprego informal, a taxa de participação e o nível de ocupação voltem aos seus níveis históricos, e, com isso, o produto cresça à taxa projetada", completou a SPE, ponderando que a incerteza é inerente às projeções e que elas tendem a ser revistas à medida que a economia sofra novos choques.
O ministério manteve ainda as projeções de crescimento da economia de 2023, 2024 e 2025 — todas em 2,5%.
Mercado mais pessimista
As projeções do governo são mais otimistas que as do mercado financeiro. Dados do boletim Focus mostram que os especialistas passaram a projetar crescimento econômico de menos de 1% em 2022.
O levantamento mostrou que a expectativa para a expansão do PIB no ano que vem caiu pela sexta semana seguida e chegou a 0,93%, de 1% na semana anterior.
O cenário para este ano também piorou, com o crescimento econômico sendo estimado agora em 4,88%, de 4,93% antes.
Já a projeção para a inflação em 2021 na pesquisa aumentou pela 32ª vez seguida, e o mercado vê agora alta do IPCA de 9,77%, de 9,33% antes. Para 2022 a conta subiu a 4,79%, de 4,63%.
Sachsida defendeu que as projeções do Ministério da Economia para a atividade econômica estavam corretas em 2019, 2020 e 2021, mesmo quando na contramão das estimativas feitas pelo mercado, e reforçou a crença num desempenho melhor para 2022 que o calculado por economistas.
"Credibilidade se conquista e nós conquistamos a nossa", disse ele, a respeito das contas feitas pela Secretaria de Política Econômica.
O secretário especial de Tesouro e Orçamento do Ministério da Economia, Esteves Colnago, afirmou que os parâmetros divulgados hoje serão usados em mensagem modificativo da peça orçamentária de 2022, no começo de dezembro. Colnago ainda destacou que o governo segue mirando a consolidação fiscal.
"O governo em nenhum momento abandonou perspectiva de consolidação fiscal", disse ele, durante coletiva de imprensa.
Com Estadão Conteúdo e Reuters.
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