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Black Friday: veja cuidados para não cair em golpes com Pix

Golpes com Pix: Uma dica é não clicar em qualquer link que venha do WhatsApp ou Facebook - Getty Images
Golpes com Pix: Uma dica é não clicar em qualquer link que venha do WhatsApp ou Facebook Imagem: Getty Images

Felipe de Souza

Colaboração para o UOL, em Campinas (SP)

26/11/2021 04h00

O grande uso do Pix faz com que haja muitos golpes. Com a Black Friday, os cuidados precisam se redobrados.

O UOL ouviu quatro especialistas que enumeram dicas importantes e alguns truques que você deve ter em mente na hora de fechar negócio durante uma promoção (ou suposta promoção) anunciada nesse período de descontos.

A primeira delas é observar o site do produto. No computador, ou no celular, é importantíssimo que a página seja segura. Como é possível identificar isso? Olhando um cadeado que fica exatamente ao lado da barra de endereço.

Não serve só para serviços de compra. O UOL mesmo tem o cadeado, que indica que é um site que não vai roubar nenhum dado seu.

É hora de prestar atenção na hora de fazer a transferência. Ralf Germer, CEO da PagBrasil, fintech de pagamentos para e-commerces, afirma que uma das formas de evitar problemas é a empresa gerar um QR Code na hora da transação.

É só escanear com a câmera do celular e os dados são inseridos automaticamente. Sempre é aberta uma janela na sequência, em que é possível confirmar todas as informações.

"Na tela de confirmação, observe se o nome da plataforma de e-commerce ou da processadora de pagamentos está correto ou se há algum nome estranho no lugar. É importante também sempre conferir o valor da transação", afirma Germer.

O especialista em direito digital Adalberto Santos diz que as compras via redes sociais (WhatsApp, Facebook) ou coisas do tipo, onde as transações do Pix podem acontecer com mais frequência, não são recomendadas.

"Não clique em qualquer link que venha do WhatsApp ou Facebook. Essa é a porta de entrada para um golpe.

Embora fazer um Pix fora do aplicativo do banco pareça prático, há inúmeros riscos no que diz respeito aos dados bancários e demais informações disponíveis no dispositivo do usuário.

Portanto, o ideal é nunca oferecer nenhuma informação bancária para outra plataforma se a forma de pagamento for o Pìx.

Segurança reforçada

Além disso, é importante cadastrar a autenticação de dois fatores, uma camada extra de segurança disponível em vários aplicativos para reforçar a segurança do seu acesso.

"Ao ativar a verificação em duas etapas, como um código de SMS ou PIN [um código de segurança escolhido pela pessoa], o usuário precisa fornecer uma segunda informação após inserir login e senha, e só então terá acesso à conta. Isso dificulta que o perfil seja clonado", explica Andrew Martinez, CEO da HackerSec, empresa de cibersegurança.

Eduardo Tardelli, CEO da upLexis, empresa especializada em mineração de dados, afirma que, ao fazer uma compra ou transferência via PIX, o usuário deve usar, preferencialmente, a internet própria (pacote de dados ou Wi-Fi da residência).

"Usar uma conexão de internet de uso coletivo pode expor dados do usuário, um ótimo cenário para o trabalho de hackers", declara.

Limite é bom em qualquer época do ano

A especialista em finanças pessoais Luciane de Almeida, do PagBank, coloca outro ponto na discussão: o seu próprio limite para gastar dinheiro. Por isso, ela reforça a necessidade de você fazer um orçamento financeiro e planejar suas metas, e principalmente os gastos.

"Essa prática muda a relação das pessoas com o dinheiro e traz mais consciência para fazer melhores escolhas. É um caminho para evitar compras por impulso, compras de coisas que não são necessárias", afirma.

Luciane declara que as dívidas começam a partir do momento em que as pessoas não conseguem definir o que são prioridades nas vidas delas.

Ainda que a Black Friday possa trazer preços aparentemente tentadores, é importante, na avaliação dela, ver do que realmente você precisa, antes de sair se endividando.

Devolução do dinheiro?

Implementado no aniversário de um ano do Pix, o Mecanismo Especial de Devolução, que agiliza o ressarcimento ao usuário vítima de fraude ou de falha operacional das instituições financeiras, depende de cada banco, que pode criar regras próprias. A única norma geral é que o pedido deve ser feito em até 90 dias pelo consumidor

"Lembrando que esses pedidos serão avaliados caso a caso. E, se a solicitação administrativa não for aceita, o cliente pode recorrer via judicial. Importante ressaltar que os bancos têm a obrigação de manter ferramentas seguras para seus clientes", diz Santos.