'Vaca magra' pode 'surgir' em outros dois pontos de São Paulo

A estátua da "Vaca Magra", que apareceu na manhã de hoje em frente ao prédio da Bolsa de Valores de São Paulo e foi retirada do local horas depois, será usada em mais duas intervenções artísticas na capital paulista, segundo Rafael Rasmoke, produtor responsável pela instalação da obra. Ele, porém, não tem datas e locais definidos.

"Infelizmente, também, sem uma licença pública, a gente acabou não conseguindo", lamenta Rasmoke. Esperamos que desta vez a gente tenha uma abordagem mais tranquila, para conseguir ter uma liberdade de expressão para o questionamento em relação ao qual a obra foi criada."

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O produtor explicou que retirou a estátua do centro de São Paulo para evitar que ela fosse apreendida, uma vez que não havia autorização da prefeitura para sua instalação.

Rasmoke relatou que funcionários da Prefeitura e da Guarda Civil Municipal chegaram a remover os adesivos que estavam ao redor da estátua com o nome da autora, a artista Márcia Pinheiro, e uma explicação sobre o objetivo da intervenção.

Houve um momento que alguém, que eu não sei dizer quem, mas que trabalha na Prefeitura, foi até o local e retirou todas as placas de identificação da obra. Em seguida, pouco mais de 10 minutos, esse cara retorna com uma 'perua', com o logo de retirada e remoção e mais alguns membros da GCM [Guarda Civil Municipal] para autuar a obra, aí eu acabei tendo que retirar do local para que a artista não perdesse a peça.
Rafael Rasmoke, produtor que instalou a "Vaca Magra"

A estátua e a ação foram idealizadas por Márcia, que pretende chamar atenção para a fome e à seca provocada pelas mudanças climáticas. A intervenção já foi realizada em várias cidades do país, como em Fortaleza, por exemplo.

Em São Paulo, a estátua foi instalada às 7h30 e retirada pouco após as 11h.

Segundo Rasmoke, que ficou lá acompanhando durante todo o tempo, a intervenção teve boa receptividade de quem passava pela região. "Houve muita interação das pessoas que passavam pelo local, questionando essa 'substituição' e alegando que realmente aquela obra tinha mais sentido pra nossa atual realidade", contou, lembrando do "Touro de Ouro", que havia sido colocado no mesmo local, mas foi removido por não ter autorização da prefeitura.