Embargo da China à carne serviu como lição, diz Confederação da Agricultura
O diretor técnico da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), Bruno Lucchi, disse, em entrevista à CNN Brasil hoje (15), que o embargo da China à exportação da carne bovina brasileira deve ser interpretado como uma "lição".
"Serve de lição para o setor de que temos que diversificar pautas de exportação e parceiros comerciais. Por mais que a China seja um grande parceiro, depender mais de 50% de um país é algo que pode ter problemas, como ocorreu agora", afirmou.
O Ministério da Agricultura confirmou hoje que a China liberou as exportações de carne bovina brasileira. Os embarques foram suspensos em 4 de setembro após o Brasil identificar dois casos da doença "vaca louca".
"Tivemos uma negociação bastante técnica com uma série de trocas de informações e reuniões com a equipe da autoridade sanitária chinesa. Nós já tínhamos concluído o envio das últimas informações pelo nosso canal via embaixada em Pequim há cerca de um mês, então já esperávamos que houvesse uma solução", afirmou, em nota, o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, José Guilherme Leal.
Retomada da importação
Durante a entrevista, Bruno Lucchi também estimou que a retomada da importação de carne à China para os níveis anteriores ao embargo deve acontecer de forma gradual ao longo de 2022.
"Além dessas questões de certificação, chegada do produto à China, tem o período de consumo. A demanda por carne, historicamente, na China é no final de ano por causa do Ano-Novo chinês, no início do ano. A gente acredita que a carne possa chegar à China no ano que vem. Acredito que vai ter uma demanda forte", avaliou.
A proibição de exportação de carne bovina brasileira causou preocupação generalizada na comunidade comercial, já que a China obtém cerca de 40% de todas as suas importações de carne bovina no Brasil. O embargo reduziu praticamente pela metade os embarques do Brasil.
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