Guedes quer revelar padrinhos políticos de indicados para cargos públicos
O ministro da Economia, Paulo Guedes, fez um pedido formal à Controladoria-Geral da União (CGU) para que as indicações feitas por políticos para cargos públicos sejam reveladas por meio do Portal da Transparência. A solicitação foi feita no fim de novembro, durante reunião do Comitê Interministerial de Combate à Corrupção (CICC). A CGU informou nesta terça-feira (25) ao UOL que o pedido segue em análise.
No fim do ano passado, Guedes havia defendido, durante um podcast do Prevenir (Programa de Integridade do Ministério da Economia), a divulgação das indicações políticas para cargos públicos. A ideia é que, caso o servidor público cometa desvios, fique claro à sociedade quem são os responsáveis por sua indicação, seja em ministérios, seja em outros órgãos da administração pública.
Eu não tenho vergonha de nenhuma indicação que tenha feito. Todo secretário escolhido por mim, eu não tenho vergonha. O presidente [Jair Bolsonaro] também não se envergonha, não há problema nenhum de que todas as indicações de ministros que ele tenha feito sejam transparentes.
Paulo Guedes, ministro da Economia, ao podcast do Prevenir
Na ocasião, Guedes pontuou que a responsabilidade por eventual "falta de integridade" é do próprio servidor público. "Mas é importante que todos saibam quem cometeu o equívoco ou o erro de indicar a pessoa para o cargo. Então, acho que transparência nos atos públicos é sempre importante", acrescentou o ministro.
Portal informa salários, mas não padrinhos políticos
O Portal da Transparência, de responsabilidade da CGU, reúne uma série de dados sobre o uso do dinheiro público. Por meio dele, é possível verificar, por exemplo, os salários de quem ocupa cargo na administração pública.
Porém, não há informações sobre padrinhos políticos e partidos que, eventualmente, indicaram o ocupante do cargo.
Tradicionalmente, cargos de confiança em ministérios, bancos estatais e demais órgãos federais são ocupados, em grande parte, por apadrinhados de políticos ou partidos. Essa dinâmica, que não foi interrompida no governo de Jair Bolsonaro, tem servido para garantir apoio ao governo no Congresso ao longo dos anos.
Na visão do Ministério da Economia, porém, quando ocorrem desvios entre os indicados, a culpa recai sobre o governo como um todo, e não sobre quem indicou.
Integrantes do governo citam falta de tato de Guedes
Ao UOL, integrantes da ala política do governo afirmaram que é natural haver divergências entre o Ministério da Economia e a Casa Civil e a Secretaria de Governo. Segundo eles, Guedes ocupa no governo a função de quem tenta não pagar ou não gastar demais.
Por outro lado, esses integrantes do governo disseram que o tom belicoso de Guedes, ao tentar carimbar as indicações para cargos públicos, representa falta de tato político.
Questionada, a CGU não informou uma data para que a solicitação de Guedes tenha uma resposta.
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