Juros do rotativo do cartão disparam em 2021 e chegam a 350% ao ano
Em meio ao ciclo de alta da taxa básica de juros, a Selic, o juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 21,8 pontos porcentuais em 2021, informou nesta sexta-feira (28) o Banco Central. A taxa passou de 327,8% em dezembro de 2020 para 349,6% ao ano no fim de 2021, o maior valor desde agosto de 2017. A taxa subiu 3,7 pontos porcentuais só em dezembro, em relação ao mês anterior.
No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 148,9% para 168,5% ao ano entre o término de 2020 e 2021. Em novembro, era de 167,4%.
Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 57,4% para 63,9% na comparação entre dezembro de 2020 e 2021. Em novembro, era 63,3% ao ano.
O rotativo do cartão, juntamente com o cheque especial, é uma modalidade de crédito emergencial, muito acessada em momentos de dificuldades.
Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.
Juros médios
A taxa média de juros das concessões de crédito atingiu 24,4% ao ano em dezembro de 2021, ante 20% em janeiro do mesmo ano.
Em relação ao crédito livre, a taxa média de juros atingiu 33,9% ao ano, com alta de 8,4 ponto percentual na comparação com o mesmo mês no ano anterior — a maior variação desde 2015, quando foi de 9,9 pontos percentuais.
A inadimplência continuou estável, em 2,3%, informou o Banco Central, valor próximo ao do final de 2020 (2,1%). A taxa está nesse patamar desde maio de 2021.
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