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Pernambuco cria projeto que prevê pagar R$ 1,5 mil a vítimas das chuvas

Governador Paulo Câmara (PSB) em entrevista coletiva - Hélia Scheppa/SEI
Governador Paulo Câmara (PSB) em entrevista coletiva Imagem: Hélia Scheppa/SEI

Do UOL, em São Paulo

03/06/2022 14h07Atualizada em 03/06/2022 14h22

O governador Paulo Câmara (PSB) enviou hoje à Assembleia Legislativa dois projetos de lei para assistência às vítimas das chuvas que atingiram o estado nas últimas semanas.

Se aprovada pelos deputados, uma das propostas vai criar o Auxílio Pernambuco, que vai pagar R$ 1,5 mil às famílias em situação de extrema pobreza, que estão desabrigadas, desalojadas ou perderam bens em consequência dos deslizamentos de barreiras e alagamentos.

De acordo com o texto enviado à Assembleia, serão mais de R$ 120 milhões do Tesouro Estadual mobilizados nessa iniciativa. A previsão do governo é de que 82 mil famílias dos municípios que declararam situação de emergência sejam beneficiadas.

A outra proposta prevê que os dependentes de pessoas falecidas em consequência dos temporais terão direito a uma pensão vitalícia de um salário mínimo.

"Hoje encerramos as buscas pelas pessoas desaparecidas. Quero prestar minha solidariedade aos familiares das 128 vítimas e informar que estamos decretando luto oficial de três dias, em memória dessas pessoas. Vamos repassar cerca de R$ 120 milhões aos municípios em situação de emergência para que seja pago o Auxílio Pernambuco às famílias prejudicadas", afirmou Paulo Câmara em entrevista coletiva.

O governador informou ainda que o suporte às prefeituras para os trabalhos de restabelecimento dos acessos e dos serviços públicos continua, com o apoio das secretarias estaduais. Segundo Câmara, as cidades é que ficarão responsáveis por repassar o dinheiro às famílias necessitadas.

Hoje, o estado de Pernambuco tem 32 cidades em estado de emergência e, com as 128 vítimas registradas, o Corpo de Bombeiros encerrou suas operações de busca. O total de desabrigados subiu para 9.302, com essas pessoas sendo mantidas em 111 abrigos distribuídos em 27 municípios.

Com isso, a tragédia supera as chuvas e cheias de 1975, quando 107 pessoas morreram no estado. Uma enchente em maio de 1966 matou 175 pessoas e continua sendo o maior desastre da história de Pernambuco.

"Agora é fazer todo o trabalho de prevenção, aproveitando os dias que não tenham chuvas e fazendo o trabalho em campo", disse o governador.

"Todo mundo vai ficar em alerta nesses próximos 60 dias, quando ainda devem ocorrer chuvas. Não há nenhuma previsão de chuvas fortes para as próximas semanas, mas nós temos que ficar alertas até o final desse período", acrescentou.

Plano contra tragédia demorou 2 dias

O Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), órgão federal ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, emitiu um boletim geo-hidrológico na última quarta-feira (25) em que alertou para o "risco alto" de chuvas intensas e de deslizamentos na região metropolitana do Recife.

Mesmo com o alerta, a prefeitura da capital pernambucana só acionou o plano de contingência na sexta-feira (27), quando a Apac (Agência Pernambucana de Águas e Clima) emitiu um outro comunicado informando a previsão de chuva intensa para o final de semana.

Procurada, a Prefeitura do Recife confirmou ter usado como referência os alertas da Apac.