Guedes omite desmatamento e diz que OCDE destaca sustentabilidade do Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou hoje que a adesão do Brasil à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) é interessante, porque o país é a "maior potência verde do planeta". Ele omitiu, porém, que os indicadores ambientais da Amazônia pioraram durante o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Somos parte decisiva da preservação ambiental. O mundo tem nos tratado como se fôssemos um problema", disse ele durante a abertura do evento Semana Brasil-OCDE. "A OCDE olha para o Brasil como parte da solução da sustentabilidade. Temos a matriz energética mais limpa do mundo".
O desmatamento na Amazônia tem subido ano a ano no governo Bolsonaro. Em 2018, o último da gestão de Michel Temer (MDB), o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou a perda de 7.536 km² de vegetação. Três anos depois, em 2021, o desmatamento chegou a 13.038 km², um salto de 73% no período e pior índice desde 2006. A área devastada no ano passado é mais de oito vezes superior à da cidade de São Paulo.
Para especialistas ouvidos pelo UOL, a devastação tem sido movida não apenas por ações e omissões do Executivo mas também por discursos e alianças feitas por Bolsonaro desde antes de assumir o cargo. Na avaliação de pesquisadores da área, o governo falha em coibir atividades criminosas ao mesmo tempo em que tenta legalizá-las, para que possam ocorrer sem entraves.
Processo de adesão à OCDE é longo
Guedes também afirmou no evento que o país está atrasado no processo de adesão ao grupo, e que pode ter um longo tempo pela frente.
"O processo de acessão à OCDE é longo e pode ter algum tempo pela frente. O Brasil está atrasado, nos interessa receber influência favorável da OCDE. E é importante para a OCDE que Brasil entre, é a maior potência verde do planeta", disse.
No começo de junho, o Conselho da OCDE aprovou o "mapa de acesso" para o Brasil iniciar formalmente o processo de entrada na entidade. O colunista do UOL Jamil Chade obteve uma versão preliminar do texto com exclusividade, que aponta que a democracia e o combate ao desmatamento são alguns dos elementos que serão considerados na candidatura.
*Com Estadão Conteúdo
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